A ponte de ferro na cidade de Feliz foi inaugurada em 1900
(foto tirada do antigo Passo da Boa Esperança)
Conforme nos informa Alceu Masson no seu livro Caí (editado em 1940), a ponte metálica junto ao Passo da Boa Esperança, em Santa Catarina da Feliz, foi inaugurada em 10 de março de 1900. A obra melhorou muito as condições de transporte na região.Masson informa ainda que a construção da ponte foi iniciada em 1899. A obra foi realizada pela empresa Correia & Cia, dos empresários Agnelo Correia e João Correia. Para financiar a construção, eles organizaram uma sociedade por ações.
Até o ano de 1925 foi cobrado pedágio de quem passava de carreta (as grandes pagavam 2 mil réis e as pequenas 1 mil réis). Pessoas a cavalo pagavam 400 réis e os pedestres 200.Egídio Weissheimer, no livro Os pioneiros da Picada Feliz, relata que a ponte era uma antiga reivindicação da população local e uma grande necessidade, dada a importância da estrada Júlio de Castilhos, que ligava a capital do estado ao Vale do Caí e à região da Serra. Por isso foi instalada uma balsa "relativamente ampla" para facilitar a travessia do rio para pessoas, animais e carretas. O que diminuiu o risco de acidentes nas perigosas travessias do rio. A balsa, entretanto, não oferecia tanta segurança, pois foi nela que morreu o padre Johann Baptist Ruland.
O acidente ocorreu porque a mula, na qual o padre fazia suas viagens, assustou-se e caiu no rio, afundando com juntamente com o seu cavaleiro.
Segundo Weissheimer, a firma que construiu a ponte chamava-se Irmãos Correa, da cidade de São Leopoldo, e seus proprietários eram João e Ângelo Correa Ferreira da Silva.
Esta mesma empresa construiu obras de grande importância para a região, inclusive as ferrovias que ligavam Novo Hamburgo a Canela (1), Montenegro a Barão e Rio dos Sinos a Barreto (2). Implantou, também, ramais telegráficos ligando Porto Alegre a São Leopoldo, Caí, Caxias, Montenegro e outras cidades. Em São Leopoldo, a empresa a hidráulica, a usina de força, o cais do Rio dos Sinos e o Hospital Centenário.
A discordância de nomes entre o escrito de Masson e o de Weissheimer sugere que Masson tenha se valido de informações verbais, enquanto Wessheimer baseou-se em documentos.
Ainda segundo Weissheimer, a ponte foi importada da Bélgica e montada sobre alicerces e pilares de alvenaria erguidos pelo construtor João Kaspary. Era uma ponte usada, que fizera parte de uma ferrovia, no seu país de origem.
(1) Barreto é uma localidade do município de Triunfo, às margens do rio Taquari, onde ainda existe a ponte ferroviária.
(2) Segundo relato de pessoas antigas que fizeram a viagem, a ferrovia de Novo Hamburgo a Canela era obra complexa, devido à forte inclinação do terreno. Num dado ponto, o trem fazia uma manobra e subia uma lomba em marcha à ré.
Nenhum comentário:
Postar um comentário