sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

1072 - Dois padres morrem afogados no rio Caí

Quando ainda não havia pontes para travessia dos rios e arroios, as pessoas procuravam locais mais rasos para chegar ao outro lado. Estes locais eram conhecidos como passos. Por vezes, porém, as pessoas erravam o percurso e acabavam tendo fim trágico.
E esta triste e sofrida morte, por afogamento, foi o fim de dois dos primeiros párocos do Vale do Caí.


Michael Kellner

O primeiro padre a sucumbir nas águas no Rio Caí foi o pároco de São José do Hortêncio, Triunfo (cuja paróquia era grande tendo sob sua responsabilidade Montenegro, São Vendelino, Bom Princípio, Poço das Antas e outros), vindo em 1881 para a nova paróquia de São Sebastião do Caí. Seu nome era Michael Kellner. Em português o seu nome seria Miguel.
Ele que era nascido em Treffelstein, na Alemanha, em 31 de dezembro de 1823, vira a ter final trágico em 2 de janeiro de 1883, aos 59 anos.
Conta o historiador e padre jesuíta Arthur Rabuske, em seu livro sobre a morte dos dois sacerdotes no Rio Caí, que Kellner estaria vindo de “Linha Cará”, hoje Picada Cará, tendo por destino Bom Princípio, onde iria ouvir confissões. Porém, quando da travessia, Padre Kellner iria desaparecer. Muitas podem ser as suposições para a sua morte trágica. O rio poderia estar com uma maior quantidade de água ou ele poderia ter errado o passo, assim como o peso da batina poderia ter sido decisivo para o seu falecimento. O corpo foi encontrado apenas alguns dias depois, sendo sepultado, na localidade de Bela Vista, na capela de São Luiz, em 5 de janeiro de 1883.
No local da morte, nas proximidades do Matadouro Braun em Bom Princípio, foi colocada uma cruz de madeira em memória do finado sacerdote. Pelo que conta o empresário principiense Cirilo Vogel e confirma o antigo livro, em 21 de junho de 1970, o então padre do Caí, Edwino Puhl inaugurou um memorial de concreto no local, já que a cruz de madeira era levada pelas cheias. Este memorial está no local até hoje, lembrando o finado sacerdote jesuita.


Johann Ruland


Nascido em 13 de agosto de 1840, Johann Batist Ruland, viria a viver parte de sua vida no Vale do Caí. Padre Jesuíta, Ruland trabalhou como sacerdote em Salvador do Sul, Montenegro e,  por fim, na Feliz.
Ele viria a falecer em 6 de novembro de 1895, tendo sua morte narrada da seguinte maneira pelos jornais Deutschen Volksblatt de 15 de novembro e em 12 de novembro pelo katholiche Zeitung: Por volta das 8 e meia da noite de 6 de novembro de 1895, Padre João Batista Ruland vinha de São José de Hortêncio para retornar a sua paróquia (Feliz e também Alto Feliz), tendo caído da barca que fazia a travessia do rio.  Mesmo que tenham tentado socorrê-lo com um pedaço da madeira, a morte foi inevitável. Seu corpo seria encontrado perto da propriedade de Jacob Ruschel, na Picada Cará, no dia seguinte.
O corpo de Padre Ruland foi sepultado na parte externa da capela de Morro das Batatas, e na mesma localidade foi homenageado com a construção de uma escola que tem o seu nome até os dias atuais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário