Miguel Menz, com a esposa e filhos |
Nasceu em 10 de maio de 1886, na Alemanha, na cidade de Weitmann, estado da Baviera, Miguel chegou ao Brasil em 1908, 22 anos, fixou-se inicialmente em São Leopoldo, onde trabalhou para os padres jesuítas.
Ainda na Alemanha ele estudou a fabricação de queijos e, como parte do curso, também aprendeu medicina veterinária. Por isso foi aceito como funcionário na fazenda. Logo que chegou, Miguel teve de socorrer uma vaca preenhe ameaçada de morrer devido a um problema no parto. O terneiro estava morto, mas Miguel conseguiu salvar a vaca, que já era tida como perdida. Com isso Miguel foi nomeado capataz da fazenda.
Mas Miguel queria mais. Foi morar em Teutônia, onde instalou uma fábrica de queijo. Deu-se mal, devido à dificuldade de transporte da sua produção para os centros de consumo. Quebrado, voltou a trabalhar na Fazenda Paquete. Mas não desistiu do seu sonho. Depois de algum tempo, mudou-se para Harmonia, local escolhido pela proximidade com o porto fluvial de São Sebastião do Caí.
Em 1924, ele construiu a casa conhecida como castelinho, que ainda se destaca na atual cidade de Harmonia. Obra do seu cunhado e grande construtor Adão Vogel, que residia em Harmonia. Adão, quando jovem, ajudou na construção da igreja velha de Harmonia. Ainda de pé. Ele aprendeu muito com essa obra arrojada e tornou-se um construtor de grandes obras.
A casa fica no início da lomba que existe na estrada entre Harmonia e Tupandi, do lado direito. Era casado com Marcolina Vogel. Ela foi construída com três pisos e servia tanto para a fábrica como para a residência da família. Deu-se muito bem ali, pelo fácil transporte até Porto Alegre e a boa aceitação dos seus queijos fabricados com tecnologia alemã.
Miguel enriqueceu. Note-se, na foto acima, a elegância dos trajes (especialmente o detalhe da corrente na altura do abdomem de Miguel) e o fato da foto ser colorida. Aplicou, então, uma fortuna na realização de um projeto audacioso.
Juntamente com o famoso relojoeiro Leindecker, de Montenegro ele construiu um avião que deveria voar sem o uso de motor. Ele tinha pedais e duas hélices. O aparelho foi construído em alumínio e lona, para ser leve. Mas não levantou vôo. Na época, e ate hoje, inventores tentam fazer um avião capaz de voar apenas com a força física do seu piloto ou tripulantes, mas ninguém teve sucesso.
A foto foi feita pelo ano de 1940 e a cor era adicionada pelo fotógrafo num trabalho manual sobre a foto em preto e branco, já no papel. Aparecem na foto, os filhos Rita Gewehr (a mais velha, ao lado do pai), Ati Amália Gewer, Anisa Dewes, Erberto Miguel e Walter (fonte das informações para este post). O prédio ao fundo é o castelinho.
A família Menz não tem laços de parentesco com a família Mentz. Os Menz são católicos, enquanto que os Mentz são evangélicos luteranos.
A Cooperativa de Harmonia, cuja criação se deve muito a Miguel Menz, fez da vila de Harmonia um lugar diferenciado. Antes mesmo da sua emancipação de Montenegro, a localidade se diferenciava pelas ruas pavimentadas, pela grande escola e por construções notáveis, como a sua igreja deslumbrante e pela própria Cooperativa. Além do abatedouro, frigorífico e fábrica de embutidos. Além da cooperativa de produção, havia também uma cooperativa de crédito, que financiava os investimentos dos agricultores nas sus propriedades.
A Cooperativa de Harmonia é, ainda hoje, a principal empresa do município. E tem papel importante no desenvolvimento da principal riqueza de Harmonia na atualidade: a produção de suínos e aves.
Grande história de um grande família , que faz parte da história de um município tão organizando e bem administrado como é Harmonia. Parabéns à família Menz !!!
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