terça-feira, 15 de março de 2011

1150 - Síntese histórica de Montenegro

Remadores, vindos de Porto Alegre, praticam o esporte em frente 
ao cais de Montenegro no ano de 1894
O Frigorífico Renner teve papel fundamental no desenvolvimento 
de Montenegro, na primeira metade do século XX



O site RS Virtual (http://www.riogrande.com.br/) apresenta interessante síntese da história de Montenegro:

O português Antônio de Souza Fernando, juntamente com Bartolomeu Gonçalves de Magalhães e Antônio José Machado de Araújo e suas famílias, foram os primeiros a se instalar no município de Montenegro, à margem direita do rio Caí, na década de 1730 a 1740.
A primeira moradia construída na sede foi a de Estevão José de Simas, por volta de 1785 na colina onde se encontra hoje a Escola Delfina Dias Ferraz. A casa era de pedras, coberta com telhas - raras na época, foi edificada por José de Araújo Vilela e mais tarde, habitada por Tristão José Fagundes, genro de Simas e fundador da cidade.
Em 1835 os gaúchos se rebelaram contra a monarquia, dando início a mais longa guerra civil do Brasil, que durou 3.466 dias. Durante a Revolução Farroupilha, o território montenegrino se tornou passagem obrigatória das tropas, causando grandes prejuízos às estâncias, que eram saqueadas e perdiam gado, cavalo e mantimentos.
Após os primeiros colonizadores portugueses e paulistas, vieram os imigrantes alemães, italianos e franceses. Em 1824 chegou o primeiro grupo de imigrantes alemães em pequeno número, num total de 126 pessoas. Alguns meses depois vieram mais 157 famílias, com 909 pessoas.
Em uma segunda etapa da imigração, por volta de 1857, aportaram aqui imigrantes alemães e italianos em quantidade considerável e que se destacaram pela economia agrícola e suinocultura. Os franceses vieram em menor número e desenvolveram o artesanato.
O porto da cidade sobre o rio Caí era ponto de desembarque das famílias de imigrantes que vinham de Porto Alegre em direção as novas colônias, sendo conduzidas provisoriamente para um galpão grande, situado numa chácara onde hoje está instalado o Parque Centenário. Em função desta parada, muitas famílias não seguiram adiante, preferindo estabelecer-se na região.
Naquela época já eram 14 os municípios gaúchos, ainda denominados de "vilas". Montenegro pertencia a Vila de Triunfo, como 2º Distrito, com a denominação de "Porto das Laranjeiras". A partir da Lei nº 630, de 18 de outubro de 1867, o lugarejo passou a denominar-se São João do Monte Negro, já como freguesia.
A Igreja Matriz, foi construída no ano de 1871, em frente a atual sede, com duas imponentes torres e que foi demolida em 1968. Na Praça em frente a Igreja da época, a população realizava aos domingos grandes festas com bandas de música, rifas e muita diversão. Neste local, em 1910, desceu um gigantesco balão que se chamava "Granada", causando espanto e curiosidade a população.
Em 1873 as 33 vilas existentes no Estado foram, por força da evolução da legislação e das Constituições, se transformando em municípios. Neste mesmo ano é criada oficialmente a Vila de São João do Monte Negro, no dia 5 de maio, através da Lei nº 885. Porém a sua instalação como Vila e sede, aconteceu somente no dia 4 de agosto de 1873, com o desmembramento da Vila de Triunfo.
Neste mesmo ano foi instalada a primeira indústria de Montenegro, o Curtume Montenegro, produzindo solas, vaquetas, couro de porco e cromo e em 1873 foi aberto o primeiro estabelecimento comercial da cidade, onde era comercializado tecidos, artigos de armarinho, miudezas, perfumarias, secos e molhados.
A primeira Câmara Municipal de Montenegro foi instituída em 1873, composta por sete vereadores eleitos, tendo como presidente da Intendência José Rodrigues da Rosa.
Em 1881, ocorreu a fusão de duas agremiações de cantores da cidade, surgindo a Sociedade de Canto Germânica, que mais tarde se transformaria no Clube Riograndense. No mesmo ano os imigrantes alemães fundaram o Colégio Evangélico Alemão, atual Colégio Sinodal Progresso.
Em 1890 iniciou as atividades a primeira indústria de móveis, Casa Wolf e em 1892, Gustavo Jahn abriu uma cervejaria na rua Buarque de Macedo, atual Pizzaria Casarão. Já em 1894 foi fundado o Frigorífico Renner por Jacob Renner. A firma dedicava-se a industrialização e comercialização de carnes bovinas e suinas para o mercado interno e externo.
Em 1895 foi aberta a primeira farmácia de nome "Providência", na rua Buarque de Macedo, neste mesmo período, iniciava-se a Indústria e Comércio Hädrich, produzia trilhadeiras, engenho de cana, debulhadores de milho e diversas máquinas de ferro e bronze.
O primeiro jornal publicado foi "O Montenegro", fundado em 1898 por Arthur Uchôa, que acumulava as funções de redator, tipógrafo e impressor.
Em 1904 foi inaugurado o Cais do Porto, o segundo construído no estado. Como a Navegação fluvial era o mais importante meio de transporte da época, Montenegro passou a ser um expressivo centro comercial de cargas e descargas de mercadorias, ocasionando o crescimento acelerado as área próxima ao Cais.
Em 1906 foi fundado o Clube Grêmio Gaúcho.
O telégrafo chegou ao município em 1907, como também a primeira Agência de Correios.
Em 1908, instalou-se a Casa Köhler, atuando no ramo de relojoaria e ourivesaria.
Em 1910 foi implantada a estrada de ferro, que facilitou o transporte de mercadorias e ao mesmo tempo reduziu a importância e o significado do transporte fluvial de barcos a vapor. Com a construção da Estação Ferroviária e a chegada dos trens, o local se transformou no ponto mais movimentado da cidade, transformando o comércio da cidade num dos mais fortes da região.
A Estação Ferroviária de Montenegro se tornaria uma das mais importantes do Estado, com suas imensas oficinas de reparos, o sistema de controle telegráfico e o restaurante que propiciava a apreciação de ótimas refeições, recepções e namoricos ao final da tarde.
Em 1911 foi fundado o primeiro cinema da cidade, sendo denominado Cine Riograndense e Cine Tanópolis.
Em 14 de outubro de 1913, pelo Decreto nº 2.026, a então vila de São João do Monte Negro foi elevada a categoria de cidade, já então com a denominação de São João de Montenegro.
Com grandes festividades, a 31 de maio de 1919, a cidade foi contemplada com iluminação elétrica, gerada por um motor de 50 HP. A luz era fraca, mas bem prática se a comparada a luz de querosene ou álcool dos lampiões.
Em 1921 foi fundada a Associação Comercial de Montenegro, como órgão representativo de classes.
O automóvel chegou em 1924, quando Bruno Lampert montou uma revenda com dois carros da marca Ford, como também, o primeiro posto de gasolina e oficina.
Em 1937 ocorreu a instalação da Usina Elétrica Maurício Cardoso, um grande marco na história da cidade, pois, com um motor de 600 HP conseguia abastecer Montenegro e São Sebastião do Caí. Hoje restam somente as ruínas a beira do rio Caí.
Em 31 de março de 1938, pelo Decreto nº 7.199 o município já denominado Montenegro foi dividido em 11 distritos: Montenegro, Maratá, Harmonia, Barão, Bom Princípio, Estação São Salvador, São Vendelino, Tupandi, Brochier, Poço das Antas e Pareci Novo.
A partir de 1946 instalaram-se as primeiras indústrias de tanino no município, como a Tanino Mimosa e a Tanac, iniciando-se a era da acácia-negra, no município.

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