terça-feira, 17 de janeiro de 2012

1293 - 30 anos do Fato Novo: enfrentando a descrença geral

50 anos depois, a menina terá crescido e continuará leitora do Fato Novo
Contrastando com a situação de estagnação observada no Caí, outras cidades da região colonial alemã prosperavam, como frisou Jean Roche no seu livro de 1962: “Com exceção de Caí, todas essas pequenas cidades teuto-brasileiras dão uma impressão de prosperidade e dinamismo”.
Tal situação fez com que os caienses criassem um complexo de inferioridade e um certo fatalismo. A impressão era de que no Caí nada dava certo e a única solução, para quem quisesse prosperar, era deixar o município rumando para uma cidade maior e mais progressista. E os destinos mais procurados foram Porto Alegre e Novo Hamburgo.
Nas décadas de 60 e 70 o trânsito na RS-122 se intensificou, com o asfaltamento desta estrada até Caxias do Sul. Mas o Caí continuava parado, vendo o progresso passar pela rodovia. Gaiatos da época diziam que a prefeitura devia estimular o desenvolvimento do turismo na cidade colocando uma placa à margem da rodovia com a seguinte inscrição: “Visite o Caí, antes que ele desapareça”.
Foi neste quadro de desalento que surgiu o Fato Novo, no dia 17 de dezembro de 1981.
Antes dele o Caí já havia tido vários jornais. Os quais, porém, não conseguiram se desenvolver e acabaram morrendo depois de alguns anos. O que também contribuiu para reforçar o desalento dos caienses quanto às perspectivas de progresso da sua cidade.
E o Fato Novo surgiu com o propósito determinado de combater o desânimo que se instalara na mente dos caienses. A idéia era salientar as potencialidades do município e da região, estimular as boas iniciativas e mudar a cabeça das pessoas, fazendo com que eles acreditassem na sua capacidade de progredir na sua cidade, crescendo junto com ela.
Desde o início, o Fato Novo procurou transmitir esta filosofia na sua área de atuação que incluía, além da atuais divisas do município, os ex-distritos de Bom Princípio, São José do Hortêncio, Capela de Santana e São Vendelino; os ex-distritos montenegrinos de Pareci Novo, Harmonia e Tupandi e o município de Feliz (que então incluía Vale Real, Alto Feliz e Linha Nova.
A excessão da cidade de Feliz, que já se beneficiava com o sucesso da fábrica de calçados Reichert, todas as demais localidades viviam situação de estagnação semelhante ou até pior do que a da cidade de São Sebastião do Caí.
E o prognóstico que se fez sobre o destino do Fato Novo foi o de que ele brevemente fecharia. Tal como acontecia com quase todos os empreendimentos surgidos na região

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