Grupo de funcionários no ano de 2007 |
Teve sucesso no negócio que, depois de seis anos, se transformara na maior loja de discos do Vale do Sinos (inclusive com filial em Novo Hamburgo). Uma das maiores do interior do estado. Mesmo assim, resolveu largar a atividade comercial, na qual não se sentia realizado. Ainda solteiro, voltou a residir no Caí, junto com os pais Wilibaldo e Helmi.
Por três anos, Renato dedicou-se a concluir os dois cursos universitários que havia iniciado: o de Jornalismo (no qual formou-se em outubro de 1979) e o de Ciências Econômicas (em março de 1981).
Em 1981 ele passou a colaborar com o jornal Panorama, escrevendo artigos. Em meados do ano passou a exercer a função de jornalista no mesmo periódico. Experiência de apenas três anos que foi abreviada por uma tragédia: a morte em acidente do diretor do jornal, Tadeu Lourenço.
Na época o comércio caiense era extremamente pobre e nas demais localidades abrangidas pelo jornal, exceto Feliz, a atividade comercial era absolutamente precária. Para se ter uma idéia, na maioria das localidades abrangidas pelo jornal (Hortêncio, Linha Nova, Vale Real, Alto Feliz, São Vendelino, Capela de Santana) não havia ruas calçadas e nem esgoto pluvial. E mesmo Bom Princípio, Tupandi, Harmonia e Pareci Novo era vilarejos de estrutura bastante precária e atividade econômica rudimentar.
O Fato Novo começou como um empreendimento modestíssimo, no qual Renato Klein era a única pessoa que trabalhava efetivamente. Ele desempenhava praticamente todas as funções, desde o jornalismo à venda de anúncios e até mesmo a entrega dos jornais nos pontos de venda em toda a região. O que era feito inicialmente de moto, enfrentando estradas muito precárias que se tornavam quase intransitáveis no inverno. Mesmo assim, o jornal nunca deixou de sair e ser entregue no dia certo.
No seu primeiro ano, o jornal tinha apenas uma edição a cada duas semanas, com 12 páginas apenas em cada edição. Este era o jornal que a pobre região de abrangência do Fato Novo comportava. A pobreza da população e o seu baixo nível cultural tornavam o mercado para venda de jornais extremamente reduzido. O comércio diminuto e arcaico no Caí e nas demais localidades não dificultava a obtenção de uma suficiente captação de publicidade. E a expectativa de que o jornal iria quebrar em seguida tornava inviável a venda de assinaturas.
Para se ter uma idéia da precária situação da região naquela época. O telefone no Caí e em todas as demais localidades continuava a ser de manivela. E o Fato Novo não conseguiu dispor de um telefone a não ser quando, algum tempo depois da sua fundação, começou a funcionar no Caí a nova central de telefonia automática. Todo o trabalho do jornal (tanto jornalístico quanto comercial e administrativo) teve de ser realizado sem o uso de telefone.
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