Funcionários do Fato Novo na gráfica, em 2007. A impressora Audax foi a primeira usada para imprimir o jornal |
O que fez Renato Klein fechar as suas lojas em São Leopoldo e Novo Hamburgo, que eram muito rentáveis, para se dedicar à edição de um jornal no seu município, que era visto como o menos próspero de toda a região de colonização alemã?
Vários fatores de ordem pessoal contribuíram, certamente, para o seu desejo de voltar à terra natal e ao convívio mais direto com seus pais. Mas não há dúvida de que a principal razão desta mudança na sua vida foi o desejo de contribuir para a mudança que Renato considerava necessária na mentalidade dos caienses para que o município e a região em torno tomassem o rumo do desenvolvimento.
O jornal, na sua visão, é um instrumento fundamental para promover uma mudança na mentalidade coletiva de modo a promover o progresso social e econômico de uma coletividade. E o Fato Novo seria o meio pelo qual Renato pretendia contribuir para este resultado.
Daí o nome Fato Novo.
Expressão usada na linguagem jurídica, fato novo significa algo inesperado, que surge num determinado processo e faz com que o seu andamento mude radicalmente, levando-o a um desfecho diferente daquele que parecia ser o seu resultado natural. Por exemplo: quando tudo indicava que o réu seria condenado, surge uma prova que muda totalmente a convicção do juiz ou dos jurados e provoca a absolvição do acusado. Assim, o Fato Novo (nome original, inexistente no mundo como nome de jornal, a não ser pelo plágio cometido por um semanário da cidade de Taquari).
O nome do Fato Novo indica o objetivo pelo qual ele foi criado: mudar a triste realidade de estagnação por que passavam o Caí, seus distritos e distritos dos vizinhos municípios de Montenegro e de Feliz.
Por isto, o Fato Novo nunca se limitou a simplesmente retratar a realidade. Ele sempre pretendeu mudá-la.
Não teve, ainda mais no seu início modesto, a pretensão de fazer isto sozinho. Mas sempre se empenhou em apoiar as boas iniciativas. Isto se tornou evidente logo na segunda edição do jornal, publicada em 31 de dezembro de 1981, quando foi publicada a primeira grande reportagem do Fato Novo. Duas páginas (das doze que tinha aquela edição) foram dedicadas ao projeto de emancipação de Bom Princípio. A importância que o jornal deu ao assunto contribuiu para dar maior credibilidade ao projeto que muitos consideravam irrealizável. Depois disto, muitas outras reportagens foram publicadas pelo Fato Novo até que a emancipação se consumasse, alguns meses após com a vitória do Sim no plebiscito realizado para decidir a emancipação.
Hoje a realidade do Vale do Caí é totalmente diversa da que imperava em 1981. Ampla matéria publicada pela prestigiada revista Veja deu publicidade a um fato que o Fato Novo já vinha registrando em diversas oportunidades. O Vale do Caí é hoje a região mais desenvolvida do Brasil.
Que diferença! Ao invés da estagnação que Jean Roche registrou em 1962, o que se tem agora é uma situação de extraordinário progresso, servindo a região de modelo para o desenvolvimento do país.
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