domingo, 3 de fevereiro de 2013

1649 - A J Renner


Iniciada no Caí, a empresa A J Renner expandiu-se em Porto Alegre 
e tornou-se um grande comglomerado empresarial
A Wikipedia apresenta um artigo bastante amplo e bem fundamentado a respeito do grande empresário A J Renner. O seu teor é o seguinte, com pequenas adaptações, correções e acréscimos de nossa parte. 
Antônio Jacó Renner (Anton Jacob Renner) , mais conhecido como A. J. Renner, nasceu  em Alto Feliz, no dia 7 de maio de 1884  e faleceu em 27 de dezembro de 1966.. Foi empresário e político, fundador das indústrias e das lojas  Renner, que veio a tornar-se uma das maiores redes varejistas de vestuário do país. É considerado um dos maiores empresários do Rio Grande do Sul.
Seus avós foram imigrantes alemães. O avô materno foi capitão do Exército Imperial, o famoso Capitão Fetter. Voluntário na Guerra dos Farrapos e responsável, depois, pela segurança das famílias de colônos que eram ameaçados pelos índios selvagens.  Seus pais foram  Jacob Renner e Clara Fetter. 
Quando Antônio tinha dois anos, seus pais se mudaram para Montenegro, onde ele estudou em escola pública e nos estabelecimentos paroquiais particulares.  Aos doze anos já trabalhava nas oficinas da refinaria de banha paterna, aos quatorze mudou-se para Porto Alegre onde, trabalhou inicialmente como aprendiz e depois como artífice, na joalheria Foernges e aprendeu a dominar o ofício de ourives.
Em 1903, com 19 anos, retornou ao Vale do Caí e, com o auxílio paterno, abriu uma ourivesaria em São Sebastião do Caí. No ano seguinte, casou-se com Mathilde Trein, uma das herdeiras da empresa Cristiano J. Trein & Cia, que dominava o comércio de São Sebastião do Caí. Comércio este bastante intenso por causa do porto fluvial da cidade, que distribuía as mercadorias vindas de Porto Alegre e escoava a produção da colônia alemã, fazendo o transporte em lombo de burros por trilhas rudimentares.
Após o casamento, deixou o ofício de ourives e iniciou sua atividade empresarial com o sogro, Franz Trein. Ingressou como sócio na empresa, trabalhando  como caixeiro viajante. 
No seu trabalho como caixeiro viajante, Renner havia percebido as necessidades dos viajantes em matéria de vestuário. Em 1911, aos vinte e sete anos, participou da fundação de uma pequena tecelagem, empresa organizada por Christian Trein e Frederico Mentz, que se chamou Frederico Engel & Cia. Os utros sócios foram Adolfo e Carlos Oderich, Frederico Engel, Reinaldo Selbach, João Elias Nabinger, F. J. Michaelsen, Felipe Ritter, Frederico Mueller e Rudolf Kallembach.
Um ano depois, passou a produzir capas para chuva inspiradas nos ponchos utilizados pelos gaúchos em campanha, que se tornaram famosas em todo o estado por serem abrigadas e impermeáveis. A empresa instalou-se inicialmente num galpão de madeira utilizado para pouso de tropeiros, e o capital investido foi pequeno para a época . O primeiro ano não obteve bons resultados, consumindo o capital inicial e desanimando os investidores. Renner, tendo depositado ali suas esperanças e economias, propôs seu nome para a direção na reunião dos acionistas que decidiria o futuro da tecelagem. Surgia assim, em  2 de fevereiro de 1912, a A. J. Renner & Cia.
Em 1914, a fábrica iniciou sua instalação na capital, buscando mais proximidade com o consumidor e a matéria prima (vinda da região de campanha). Em 1917, a empresa mudou sua sede definitivamente para Porto Alegre, no bairro Navegantes, buscando maiores oportunidades de crescimento.
Os primeiros tempos foram de muitas dificuldades de cunho técnico (fios importados de baixa qualidade e equipamentos rudimentares) e também financeiras, devido ao pouco capital disponível. Entretanto, a restrição de importações durante a primeira guerra mundial, proporcionou um grande aumento de vendas, tendo a fábrica, nesse período, passado a trabalhar em três turnos para atender a demanda.
No final da década de 1920, a empresa era a maior indústria de fiação e tecelagem do estado, passando a produzir, além das capas de lã , trajes para homens. Seu slogan era "Roupas Renner: a Boa Roupa Ponto por Ponto". 
A fabricação de ternos masculinos, até então, era praticamente monopolizada pelos alfaiates (profissionais autônomos que cortavam o tecido e confeccionavam ternos, então chamadas de fatiotas, sob medida). Com a fabricação em escala industrial, a demanda por esse produto passou a ser prontamente atendida, além dos custos serem menores.  Na época o uso de terno era quase obrigatório e todos os homens precisavam ter os seus. Mesmo entre as classes sociais mais modestas.
Sua empresa ainda foi a responsável pela introdução da técnica da fiação penteada que permitia a produção de casimiras semelhantes, na qualidade, às casimiras inglesas. Em 1933, iniciou a fiação e tecelagem do linho, estendendo a sua produção para todo o território nacional. Introduziu um sistema vertical de produção, único no país, que compreendia desde a produção do linho e da lã até a confecção e comercialização da roupa.
Envolveu-se com a organização dos sindicatos patronais, tendo sido presidente do Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul.] Foi eleito, em eleição indireta, deputado estadual, representante classista dos empregados, em 1935. Depois de conflitos políticos, desiludido, renunciou ao cargo em 20 de abril de 1937.
Também foi pioneiro na instituição de serviços para atender a seus funcionários e seus familiares: cooperativa de crédito, cooperativa de consumo, creche e atendimento à saúde.
Participou como capitalista, na fundação de outras empresas, tais como as Tintas Renner, com 30%, junto a sua irmã Olga e seus sobrinhos. E com outros sócios em outras empresas, surgindo assim um verdadeiro império industrial e comercial, formado por Lojas Renner, Tintas Renner e fábrica de tecidos, de porcelanas, de feltros, calçados e de máquinas de costura.
Patrocinou, durante muitos anos, o programa informativo Repórter Renner, na Rádio Guaiba, de Porto Alegre; e o Grêmio Esportivo Renner, que foi o campeão gaúcho de 1954. Foi também fundador do primeiro Rotary Club, em Porto Alegre , do Clube Leopoldina Juvenil e do Porto Alegre Country Club, onde praticava golfe todas as semanas.
Foi pai de seis filhos e avô de catorze netos, os quais continuaram a sua obra em empreendimentos nas mais diversas áreas da economia.

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