sábado, 2 de março de 2013

1708 - Os italianos no Brasil

Assim era a colônia de Caxias do Sul por volta de 1885,
dez anos após o início da colonização
No final da década de 1870, quando foi feita essa foto, o porto do Caí já vinha 
recebendo imigrantes italianos há alguns anos. O porto já havia recebido 
melhorias e havia uma estrada em rampa que permitia às carretas 
descerem a barranca do rio.


Ao chegarem no Caí, os imigrantes eram abrigados em hospedarias,
como essa, em São Paulo. No Caí havia também uma em local ainda não
identificado. Construídas pelo governo imperial, no reinado de Dom Pedro II,
esses estabelecimentos poderiam ter um padrão construtivo único.
Pela semelhança da hospedaria paulista (da foto) com o antigo prédio do
Country Clube (ainda hoje em uso) não é descabido cogitar que esse prédio
tenha sido a hospedaria que acolhia os imigrantes no Caí. Há nesse prédio
uma placa informando que ele foi construído em 1917. Mas não terá havido,
então, uma reforma ou ampliação?
Quando chegavam à nova terra, os colonos ganhavam emprego: por seis meses 
podiam trabalhar em obras como a abertura de estradas, para garantirem 
o sustento de suas famílias antes das primeiras colheitas nas suas roças
Nem todos os imigrantes eram agricultores. Vários haviam sido operários 

em fábricas e oficinas da Itália e traziam conhecimento de técnicas 
industriais. Um desses foi Abramo Eberle. No Brasil, ele começou 
como funileiro, fabricando utensílios domésticos, abriu comércio 
para vender seus produtos (foto) e acabou por tornar-se 
um dos maiores industriais gaúchos.
A charrete era um importante meio de transporte no século XIX e 
primeiras décadas do século XX. Servia para o transporte da família. 
No Caí, provavelmente,  foi só pela metade do século XX que o número 
de automóveis tornou-se maior do que o de charretes

Na foto superior, vemos a família Boff, em Caxias do Sul posa 
para a foto, em 1904, mostrando orgulhosamente os produtos 
da sua lavoura

Na foto inferior, vê-se a escola Estadual Sílvio Stalivieri, 
também em Caxias, no ano de 1908. Pais professores e alunos 
reunidos na visita de autoridades.

As regatas eram um esporte de grande popularidade no Rio, São Paulo
(a foto no rio Tietê), Porto Alegre e também no Caí e Montenegro.
Cidades que contavam com atletas de alto nível


Os italianos no Brasil é um livro magnífico, que exalta a imigração italiana para o Brasil. Um livro extraordinário em que Angelo Trento conta, principalmente através de fotos, a história da imigração italiana no Brasil. No Rio Grande do Sul, a imigração italiana teve crucial importância para a povoação e desenvolvimento, tanto cultural quanto econômico. Os italianos, assim como os alemães, fizeram o Rio Grande ser um estado mais rico e mais culto. O Vale do Caí teve uma participação fundamental na colonização do estado, pois ela se deu, justamente, nos municípios de Montenegro e São Sebastião do Caí. Os municípios de Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Farroupilha, Garibaldi e outros tantos centros da colonização italiana, um dia fizeram parte desses dois municípios do Vale do Caí. Era através dos portos de Montenegro e Caí que os colonos chegaram às suas terras no momento da imigração e, por décadas, era a essas cidades que os colonos se dirigiam quando precisavam de ajuda da prefeitura (então intendência), da justiça, da polícia e outros recursos.

As primeiras levas de imigrantes italianos chegadas ao Brasil foram assentadas pelo governo   no Campo dos Bugres, localidade no meio do mato, na região serrana, que hoje corresponde à cidade de Caxias do Sul. Como ainda não existiam estradas para chegar até lá, o imigrantes eram levados de barco até o local onde hoje existe a cidade de São Sebastião do Caí. O governo imperial de Dom Pedro II investiu muito no projeto de imigração, visando colonizar a região norte da então Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, que era quase totalmente desabitada. Para isso foi construído um porto no rio Cai, junto à cidade de São Sebastião do Caí, investimentos nessa cidade, para acolhimento aos imigrantes e ´para dar condições mínimas de ali funcionar a administração da colônia. Foi construída, também, a Estrada Visconde de Rio Branco. Uma obra que foi sendo realizada aos poucos, com aproveitamento inicial dos caminhos precários que já existiam (utilizados por tropeiros de gado). Aos poucos, a estrutura no porto, na cidade, na estrada e no núcleo inicial de Caxias do Sul foi sendo melhorado.

Fotos extraídas do livro Os Italianos no Brasil, de Angelo Trento

Um comentário:

  1. Olá renato,
    Trabalho no Departamento do Patrimônio Histórico do município de SP.

    Para a Jornada do Patrimônio deste ano estamos procurando algumas fotos, e uma dessas desta pagina seria ideal.

    Você poderia entrar em contato?
    Obrigada!

    Rafaella A. Machado
    Coordenadoria de Valorização do Patrimônio
    +55 11 3397-0221
    Departamento do Patrimônio Histórico
    www.patrimoniohistorico.sp.gov.br

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