Segunda Festa da Uva, realizada em 1932 |
O isolamento em que viviam os colonos fez com que eles preservassem os dialetos das suas regiões de origem hábitos como os jogos de bocha e de morra.
Os primeiros padres a dar assistência aos colonos foram alemães, como o padre Theodor Amstad. Amstad, que nasceu na Suíça, era culto e, certamente, dominava o italiano. Mas vieram, depois, padres italianos que ajudaram na preservação da cultura italiana entre os colonos.A exportação de excedentes da produção era feita, inicialmente, pelos portos de Montenegro e Caí, mas as estradas construídas pelo governo imperial (Estrada Visconde de Rio Branco, até o Caí e Estrada Buarque de Macedo, até Montenegro) eram muito deficientes. Foram melhoradas aos poucos, mas o asfalto só chegou a Caxias do Sul na metade do século XX. A construção da ferrovia ligando Porto Alegre a Caxias do Sul, concluída em 1910, foi um marco no desenvolvimento da região, assim como o ramal a Bento Gonçalves (1919).
Por quase um século, o padrão da família de colono italiano era o casal ter de dez a doze filhos. O mais velho herdava a terra e os mais jovens eram induzidos a migrar. Seja para as cidades que foram se formando na região (Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Garibaldi...), seja para cidades mais distantes, especialmente Porto Alegre. Os jovens que permaneciam na agricultura partiam para novas áreas de colonização, no norte do Rio Grande do Sul e outros estados brasileiros. Os nônos (avós) ficavam na terra, cuidados por seus filhos mais velhos e trabalhando na roça até quando suas forças permitiam. Muitos jovens buscaram seu caminho tornando-se caminhoneiros e outros abrindo churrascarias pelo Brasil inteiro e, até mesmo, no exterior. Eles exportaram, além do churrasco gaúcho, o galeto, a polenta a sopa de capelete e outras especialidades da comida ítalo-brasileira.
O isolamento inicial e a consequente dificuldade para importar fez com que muitas pequenas indústrias surgissem quase imediatamente. Já em 1882, havia na colônia mais de 70 moinhos de trigo e milho, uma cervejaria, um alambique e quatro serrarias.
As habilidades para o comércio e a indústria, trazidas da Itália, se potencializaram depois de 1910 (ano da ferrovia), com o surgimento de empresas maiores, especialmente nos ramos alimentício (farinha de trigo, massas, vinho), metalúrgico e moveleiro. Quando o asfalto chegou, diminuindo o isolamento inicial, essas indústrias se expandiram ganhando mercados no estado, no país e no mundo.
A cultura da uva e a produção do vinho foram conquistas marcantes do colono italiano da Serra Gaúcha. A exitosa criação da Festa da Uva, em 1931, foi um marco. Forte estímulo ao marketing e ao turismo na região.
Nenhum comentário:
Postar um comentário