A produção da uva e do vinho foram fundamentais para a afirmação econômica das velhas colônias italianas |
O Rio Grande do Sul acolheu 90 mil italianos entre 1875 e 1914. A maioria, vinda até 1900. Cada família chegada à colônia recebia área equivalente a 25 hectares. Ao chegarem os colonos eram acolhidos em hospedarias, pelo curto período de 8 dias, tratando logo de erguer um ranchinho na propriedade que lhe era destinada. O prêmio de receber uma área de terras tão grande (para os padrões europeus) os estimulava a enfrentar as dificuldades iniciais. Nos primeiros seis meses eles podiam trabalhar para o governo, na abertura ou conservação de estradas e outros melhoramentos. Eles recebiam, também, alimentos, instrumentos agrícolas e sementes, que deveriam ser pagos pelos colonos posteriormente, em prestações.
A região da Serra Gaúcha, pelo seu clima frio, oferecia condições climáticas semelhantes às que os agricultores italianos conheciam na sua terra natal. A maioria dos imigrantes italianos vindos para o Brasil provinham de duas regiões italianas: do Vêneto (66%) e da Lombardia (33%).
A carência de estradas ou rios navegáveis foi um grande obstáculo para o desenvolvimento econômico das colônias italianas. Problema que só foi superado com a construção da ferrovia até Caxias do Sul, em 1911, e da gradual melhoria nas estradas. Por isso, nas primeiras décadas, os colonos procuravam produzir nas suas terras tudo que precisavam para sobreviver.
Vencidas as dificuldades iniciais, os imigrantes sentiram-se felizes, pois as condições de vida que desfrutavam aqui já eram bem melhores do que as deixadas na terra natal. A propriedade de áreas extensas e a possibilidade de possuir um cavalo com cela e arreios eram, na Itália, privilégios de poucos. O cavalo bem aperreado (com boa cela e arreios) tinha o mesmo valor simbólico do bom automóvel atualmente, indicando o status do seu proprietário.
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