Ágatha Selbach com a orientadora Carla e a colega Desireé |
A jovem caiense Ághata Selbach está chamando a atenção do mundo científico devido a uma pesquisa que vem desenvolvendo a respeito da dessalinização da água do mar.
Ágatha estudou na escola Técnica Liberato Salzano da Cunha, em Novo Hamburgo. A escola incentiva muito os alunos a desenvolver experiências científicas e ela, juntamente com sua colega Desireé de Böer Velho, escolheram um projeto de dessalinização da água do mar.
A idéia surgiu a partir da notícia de que cientistas espanhois obtiveram sucesso ao empregar uma bactéria para combater o problema de salinidade nas paredes de uma igreja antiga. Essa bactéria “come” o sal, e resolveu o problema na velha construção.
Apoiadas por sua professora Carla Kereski Ruschel, as duas jovens resolveram pesquisar a possibilidade de emprego das mesmas bactérias na dessalinização da água do mar.
As duas jovens, ambas com 19 anos, obtiveram sucesso na experiência e receberam três importantes prêmios para jovens cientistas. O que vai fazer com que elas viagem duas vezes para os Estados Unidos, ainda nesse ano.
Primeiro elas participaram da 27ª MOSTRATEC, em Novo Hamburgo, organizada pela Fundação Liberato e da 11ª FEBRACE, em São Paulo, organizada pela USP.
Devido à premiação do seu trabalho nessas duas feiras, as jovens foram credenciadas para participar da Genius, em Nova Iorque, para onde vão em junho deste ano.
Nesse próximo mês de maio, as duas pesquisadoras irão participar da feira Intel Isef, na cidade de Fênix, no Arizona, também nos Estados Unidos.
Ágatha já concluiu o seu estudo na Fundação Liberato e ingressou na Unisinos. Como geralmente acontece com quem estuda no Liberato, ela também já está empregada. Trabalha na fábrica Brasken, no Polo Petroquímico.
Apesar de tanta atividade, Ágatha continua trabalhando intensamente nas suas pesquisas, junto com a colega Desireé. A cada feira que elas participam, suas pesquisas estão num estágio mais avançado e a apresentação é melhor.
Tanto reconhecimento pelo trabalho de Desireé e Ágatha permite até cogitar o sonho de que dele surja uma grande contribuição para a ciência e para a humanidade.
Mas, é claro, existe muita diferença entre o que se consegue num laboratório e a aplicação prática de uma descoberta. Será possível, por esse método desssalinizar a água em grandes quantidades a preço acessível?
Muito mais pesquisa terá de ser feita ainda até se chegar a isso. Não é de se duvidar que, nos Estados Unidos, alguma empresa resolva financiar a continuação do trabalho das duas pesquisadoras.
O pai de Ágatha, Jacob Selbach é um dos mais notáveis pesquisadores sobre a história, a cultura e a economia do Vale do Caí. Ela é neta do prefeito Heitor Selbach.
Prêmios recebidos por Ágatha e Desireé até o momento, por essa pesquisa:
Participação da 27ª MOSTRATEC, em Novo Hamburgo, organizada pela Fundação Liberato;
Participação da 11ª FEBRACE, em São Paulo, organizada pela USP;
Credenciamento para a Genius, em Nova Iorque, junho 2013 (conquistado na MOSTRATEC);
Prêmios conquistados na FEBRACE:
. 1º lugar na área de ciências biológicas.
. Credenciamento para a Intel Isef.
. Prêmio Revista INCIÊNCIA.
. Medalha de Ouro Prêmio Destaque Febrace - Categoria Melhor Diário de Bordo.
Dessalinização: uma grande perspectiva
Se tem uma coisa que não falta nesse planeta é água. Olhando-se para ele, observa-se logo que grande parte da sua superfície é coberta de água. Os imensos oceanos que cobrem o globo terrestre são uma garantia. Não há nenhuma perspectiva de faltar água no planeta.
Mas existe preocupação quanto à doce. A água dos mares e oceanos é salgada e não pode ser bebida nem utilizada para irrigação e ela representa 97 % da e a água doce representa apenas 3% da água existente no planeta.
Portanto, só 3% da água existente pode ser usada para o consumo humano, irrigação e outras utilizações. A água salgada é imprópria até mesmo para a higienização de roupas ou prédios, pois provoca corrosão dos metais e outros efeitos negativos.
Para piorar a situação, da água doce existente no planeta, 2% estão em geleiras (no polos ou no alto de grandes montanhas). Portanto, a água disponível para o consumo humano é apenas 1% do total.
Com isso, em muitos países já existe uma grande preocupação com a falta de água doce. A solução mais óbvia é fazer a dessalinização da água do mar, já que ela é tão abundante. E isso já é feito em agumas partes do mundo nas quais a falta de água já é mais acentuada. Principalmente nos países árabes e na Austrália. O problema é o alto custo dos atuais processos de dessalinização. Países muito ricos, como os árabes produtores de petróleo, já fazem esse tratamento da água do mar, mas para a maioria dos países o custo do processo é muito alto.
A ciência busca um meio de baratear a dessalinização da água. Descoberta que poderá revolucionar o mundo, permitindo - por exemplo - a irrigação em desertos.
Matéria publicada no jornal Fato Novo de 23 de março de 2013
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