domingo, 2 de junho de 2013

2078 - Os morros serviam para a localização das pessoas

Onde hoje está a escola A J Renner, antigo Colégio Industrial, havia, 
antigamente, esse campinho, onde as crianças brincavam e jogavam bola



Muito antigamente, quando as pessoas andavam pela região do Vale do Caí, não encontravam prédios e rodovias. Era quase só natureza, rio, mato e morro. 
Há, até, uma velha anedota em que um indivíduo diz que, diante do perigo, "eu mato ou morro". A graça está em que, na verdade, ele ou corre para o mato ou corre para o morro.
Na falta de estradas, postos de gasolina, prédios, o que servia de referência para os viajantes eram os acidentes naturais. 
O morro da Vigia (situado na divisa entre o Caí e São José do Hortêncio), pode ser avistado de qualquer lugar alto num raio de algumas dezenas de quilômetros (ele é visto do alto do Morro Peixoto, em Harmonia; da Vila São Martim, na Conceição, do bairro Hamburgo Velho, em Novo Hamburgo e até dos morros de Porto Alegre. Pela sua altura e característico formato cônico, o Morro da Vigia era uma referência para os viajantes de antigamente. E era famoso por isso. Tanto que deu nome a uma localidade situada na sua encosta: a Vigia, no interior caiense.
O mesmo aconteceu com Montenegro. Aqueles que caminhavam pelos campos de Capela, Vendinha, Costa da Serra e outras localidades da zona sul do Vale do Caí, se guiavam por um grande morro que se destacava bastante na paisagem pela sua altura, formato peculiar e pelo fato dele estar situado numa região em que predominavam os campos de planice. 
Ele foi chamado de Monte Negro e transmitiu o seu nome para a localidade que se formou perto dele, às margens do rio Caí. Ao se tornar um vilarejo, essa localidade ganhou o nome de São João do Monte Negro e ela, ao se tornar cidade, acabou por ser conhecida como Montenegro.
Mas ainda hoje os morros são úteis para a localização. Principalmente para os historiadores.
Veja só esse caso interessante:
Ao ver a foto acima, no facebook de Romélio Oliveira, o internauta Flavio Madeira comentou: "parece o campo do Colégio Industrial, onde a gente corria..."
Ele está certo e é possível confirmar isso sem sair de casa. Basta usar o Google Maps, que nos mostra a visão que se tem em qualquer rua de Montenegro (e de grande parte das cidades do mundo). Observando no computador, através do Google Maps, a vista que se tem da rua Simões Lopes Neto, em frente da escola A J Renner (atual nome do Colégio Industrial), vemos que o Morro São João e o Morro do Fagundes têm o mesmo aspecto que apresentam na foto antiga postada no blog de Romélio. Isso indica, com segurança, que a foto antiga foi feita daquele mesmo lugar. 
É interessante notar que o desenho (aspecto) dos morros muda dependendo do local do qual eles são observados. Os morros que se avistam nessa foto, observados de outro local lembram a imagem de um gigante deitado de bruços (de barriga para cima). Vistos dos altos do Colégio Industrial (bairro Rui Barbosa), eles não têm o mesmo aspecto.
Essa mudança de formato, dependendo do ponto de observação, que permite identificar o ponto em que se está ao visualizarmos um morro.

Foto do acervo de Romélio Oliveira


Nenhum comentário:

Postar um comentário