domingo, 23 de junho de 2013

2189 - Tristão Fagundes e Chico Pedro loteiam as terras onde nasce Montenegro

Partindo do grande prédio do Frigorífico Renner, a rua Ramiro Barcelos 
é a mais longa e mais importante do centro de Montenegro. 
Juntamente com a Capitão Cruz e a Capitão Porfírio, 
situadas à direita, ela foi aberta pelo Coronel Chico Pedro.
Antes disso, Tristão Fagundes havia começado o loteamento de Montenegro 
com as ruas Assis Brasil, Doutor Flores e João Pessoa
Nos anos de 1849 e 1850, a população das áreas próximas à divisa do Uruguai viveram uma situação terrível. Um exército formado por argentinos e uruguaios havia invadido o Uruguai e tomado conta da maior parte do seu território. Esse exército era comando pelo uruguaio Manuel Oribe, que lutava contra Rivera, que governava o país e ficou cercado na capital do país. Essa guerra foi prolongada e, para mantê-la, Oribe autorizou os seus homens a invadir o território brasileiro roubando gado e matando brasileiros. Mais de 188 fazendas foram invadidas e roubadas 814 mil cabeças de gado e 16.950 cavalos. 
Para defender-se dessa invasão, os fazendeiros apelaram para um cidadão chamado Francisco Pedro Buarque de Abreu. Um gaúcho que se destacou na Revolução Farroupilha, mas lutando pelo lado do Império.
Francisco Pedro, mais conhecido como Chico Pedro, foi um estrategista e líder militar brilhante, tendo infringido terríveis derrotas aos comandantes farroupilhas. Sua participação a favor do império foi fundamental para evitar que o Rio Grande do Sul se separasse do restante do Brasil.
Por isso, quando os fazendeiros brasileiros passaram a sofrer ataques do exército de Oribe, pediram a ajuda de Chico Pedro. E ele passou três anos, com uma tropa comandada por ele, fazendo a proteção das fazendas próximas à fronteira com o Uruguai.
Terminada mais essa peleia, Chico Pedro, que era filho de comerciante, passou a se dedicar aos negócios. Dedicou-se a promover o loteamento de terras, para vender aos imigrantes alemães e seus filhos, que precisavam de novas terras para cultivar.
Como empresário, ele promoveu o loteamento de uma grande fazenda situada em área correspondente ao atual município de Maratá. E também foi responsável pelo loteamento de grande parte do atual centro da cidade de Montenegro.
Por esse motivo duas das ruas mais centrais de Montenegro, logo no início da formação da cidade, ganharam o nome de Rua do Barão e Rua da Baronesa.  A rua do Barão era a atual João Pessoa e a rua da Baronesa, à atual Capitão Porfírio.
Na segunda metade da década de 1850, Tristão Fagundes loteou uma parte das suas terras que corresponde, atualmente,a parte da cidade que ia do porto até a igreja matriz, incluindo as atuais ruas Assis Brasil, Doutor Flores e João Pessoa.
Conforme relata o grande historiador montenegrino Antônio Carlos Fernandes Rosa, o Coronel Francisco Pedro de Abreu, Barão do Jacuí, comprou de Felisberto José de Simas, as terras situadas ao lado da área loteada por Tristão. Deu continuidade ao loteamento de Tristão abrindo mais três ruas paralelas àquelas abertas pelo primeiro loteador.
As três ruas abertas por Chico Pedro foram a rua da Floresta (atual Ramiro Barcelos), rua do Imperador (atual Capitão Cruz) e rua da Baronesa (atual Capitão Porfírio). Ele deu continuidade às ruas transversais, que já haviam sido abertas por Tristão, e acrescentou mais uma que chamou de Rua do Cemitério (a atual Osvaldo Aranha).
E assim, de forma razoavelmente organizada, começou a formar-se a povoação chamada de São João do Monte Negro.



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