No final da década de 1950, a indústria de picolés e sorvetes Kibon
instalou uma fábrica de sorvetes na cidade
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Na década de 1950, o Caí viveu um período de grande marasmo econômico. A fábrica de conservas Oderich foi desativada e até uma tentativa de implantação de uma fábrica de estrato de tomate havia fracassado. A cidade não tinha nenhuma indústria de porte e o porto foi, aos poucos, sendo desativado, porque os caminhões se tornaram mais eficientes que os barcos. E também porque, com a queda no fluxo de barcos no rio, a dragagem e a manutenção da barragem Rio Branco foi sendo relaxada.
Um sopro de vida animou a cidade, quando uma nova indústria veio instalar-se nela, no ano de 1958. Nesse ano, apenas a Conservas Oderich e a Indústria e Comércio Oderich (fábrica de escovas) ofereciam número significativo de empregos na cidade. E eram poucos empregos.
E a empresa que chegou ao Caí naquele ano era uma senhora indústria: a fábrica de picolés e sorvetes Kibon! Uma marca famosa, uma produto delicioso e que sabia se promover muito bem através de propaganda. Inclusive na TV, que chegava ao estado (em 1959) como uma grande sensação.
A Kibon já era uma empresa moderna. Avançada para os padrões da época e a sua chegada ao Caí deu na cidade um impulso modernizador e uma esperança de que a faze negra de decadência econômica poderia estar chegando ao fim.
A implantação da fábrica caiense da Kibon coube ao engenheiro José de Lima Belem, que ficou na cidade por apenas alguns anos. Depois, a condução da empresa passou para Ismael Vanário Mistrello. O caiense Augusto Flores, que ingressou na empresa como funcionário da produção chegou a ocupar cargos de gerência. Outro caiense bastante conhecido, que trabalhou na parte administrativa da empresa foi José Carlos (Juca) Bohn, proprietário da Joalheria Brilhante.
Em 1968, a unidade da Kibon no Caí foi desativada.
Segundo relata José Carlos Bohn, o fechamento da Kibom caiense resultou de um erro de cálculo. A Kibon pretendia comprar um novo equipamento para a produção automatizada de sorvetes. O investimento seria de 50 mil dólares. Mas um consultor fez os cálculos demonstrando que seria muito mais econômico produzir os sorvetes em São Paulo e trazer para o Sul de caminhão. A empresa decidiu, então, fechar a fábrica no Caí. Meses depois constatou, na prática, que o cálculo havia sido errado. Tentou até reabrir a fábrica, mas surgiram dificuldades que acabaram levando a empresa a manter a fabricação em São Paulo.
Foto do acervo de André Eyb
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