terça-feira, 23 de julho de 2013

2381 - Fábrica de Caramelos e Balas

No passado, cidades como o Caí costumavam
ter fábricas de diversos produtos

Quando os imigrantes vinham da Europa traziam consigo uma importante bagagem: o conhecimento tecnológico. Os europeus tinham, na época, muito mais domínio de tecnologias do que os brasileiros. Operários de fábricas na Europa, aprenderam trabalhando e, ao chegarem ao Brasil tornaram-se pequenos fabricantes. Alguns cresceram.
Ao chegarem na nova terra, muitos passaram a produzir aqui mercadorias que aprenderam a fazer no seu país de origem. Um exemplo foi Georg Heinrich Ritter, que em Linha Nova, começou a fabricação de cerveja, sendo o primeiro dessa atividade no sul do Brasil. Seus filhos e genros deram continuidade a ele e criaram grandes cervejarias em Porto Alegre e Pelotas.
Nem todos tiveram tanto sucesso, mas muitos imigrantes começaram pequenas indústrias em cidades como o Caí e Montenegro.
Ritter é um exemplo de imigrante da fase posterior à Revolução Farroupilha. Durante a revolução (1835 a 1845) o fluxo imigratório foi interrompido e, depois dela, grande parte dos imigrantes apresentavam maior conhecimento do que tinham os da primeira fase (1824 a 1830).
A isso somava-se o fato de que, sendo o transporte muito deficiente naquela época.
Hoje os sorvetes de Kibon consumidos no Rio Grande do Sul são fabricados em São Paulo e transportados até o sul em caminhões frogorificados. Naquela época isso era inconcebível e havia melhor condição para que cada cidade tivesse pequenas indústrias, dos mais diversos ramos, produzindo para o mercado local e vizinho. 
Até 1960, por exemplo, o Caí tinha uma torrefadora de Café que atendia ao mercado mais próximo.
É dentro deste contexto que se pode situar esta fábrica de caramelos e balas que aparece na foto. O prédio existe hoje em razoável estado de conservação, na esquina das ruas Tiradentes e General Osório. Ali funcionou a Casa do Trabalhador até alguns anos atrás. Hoje pertence ao Sindicato da Indústria da Alimentação.

O genealogista e pesquisador histórico Carlos Gilberto Kayser (um dos formandos do Ginásio em 1965, que participou da viagem ao Uruguai) nos presta informações importantes sobre a indústria de balas e caramelos, além de café, que funcionou nesse prédio:

O belo prédio (há época) da foto era propriedade do Sr. Henrique Ruschel, pai de Isolde e Ezilde Ruschel (casada com Valdir Dias). 
A família residia na parte à direita do prédio. O restante do imóvel, bem como uma edificação antiga geminada que se vê ao lado (à esquerda e escurecido na foto) foi, nos anos 30, alugado pelo industrial Roberto Trein (meu bisavô paterno) para nele instalar a fábrica de torrefação e moagem do café  “Flor de Café”, bem como a de caramelos e balas como se vê na foto. Roberto Trein era casado com Elisa Klein e eles tiveram as filhas Meta e Lilly. 
As irmãs, casadas no mesmo momento, tiveram como esposos Oswino Müller e Willibaldo Kayser, respectivamente.
Osvino e Meta tiveram os filhos Elisabeth, Martin e Frederico. “Willy’ e Lilly, por sua vez tiveram Willy Erich, Emilio Roberto e Lygia Marion. 
A(s) fábrica(s) administradas por Roberto, passaram ao genro Willy por sucessão. Após encerramento das atividades, a parte destinada ao escritório (esquina) passou a ser utilizada para residência da família de Claudio Ost que, com sua esposa Zilde (filhos Rita e Ricardo) exploraram ali.por muitos anos, um serviço de fornecimento de refeições. 
Na foto vemos, em primeiro plano, da direita para a esquerda: Roberto Trein, seus netos Roberto, Erich e Marion, e mais à esquerda o sr. José Fernandes dos Reis. 
Nas esquinas adjacentes, funcionavam um famoso hotel e uma não menos tradicional fábrica de balaios e móveis de vime.


E.T. PARABÉNS, RENATO pelas belas fotos e matérias publicadas nesse fantástico blog que, pela importância de conteúdo e quantitativo de postagens, creio ser o mais completo do gênero em nosso país.

Foto publicada no Facebook por PabloSane Hentz



Um comentário:

  1. O belo prédio (há época) da foto era propriedade do Sr. Henrique Ruschel, pai de Isolde e Ezilde Ruschel (casada com Valdir Dias). A família residia na parte à direita do prédio. O restante do imóvel, bem como uma edificação antiga geminada que se vê ao lado (à esquerda e escurecido na foto)foi, nos anos 30, alugado pelo industrial Roberto Trein (meu bisavô paterno) para nele instalar uma fábrica de torrefação e moagem de café - "Flor de Café", bem como a de caramelos e balas como se vê na foto. Roberto Trein era casado com Elisa Klein e tiveram as filhas Meta e Lilly. As irmãs, casadas no mesmo momento, tiveram como esposos Oswuino Müller e Willibaldo Kayser, respectivamente. Osvino e Meta tiveram os filhos Elisabeth, Martin e Frederico. "Willy' e Lilly, por sua vez tiveram Willy Erich, Emilio Roberto e Lygia Marion. A(s) fábrica(s) administradas por Roberto passaram ao genro Willy por sucessão. Após encerramento das atividades, a parte destinada ao escritório (esquina) passou a ser utilizada para residência da família de Claudio Ost que, com sua esposa Zilde (filhos Rita e Ricardo)exploraram ali.por muitos anos, um serviço de fornecimento de refeições.
    Na foto vemos, em primeiro plano, da direita para a esquerda: Roberto Trein, seus netos Roberto, Erich e Marion, e mais à esquerda o sr. José Fernandes dos Reis.
    Nas esquinas adjacentes, funcionavam um famoso hotel e uma não menos tradicional fábrica de balaios e móveis de vime.
    E.T. PARABENS, RENATO pelas belas fotos e matérias publicadas nesse fantástico blog que, pela importância de conteúdo e quantitativo de postagens, creio ser o mais completo do gênero em nosso país.

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