domingo, 11 de agosto de 2013

2504 - Fundaçao do Colégio Jacob Renner: pioneiro no ensino médio e técnico gratuito

O Colégio Jacob Renner era situado na rua Osvaldo Aranha e oferecia 
encino médio e técnico gratuito, atraindo pessoas de toda 
a região e municípios distantes





Continuação da postagem 405

Para ser feita a votação resolveu-se esperar o retorno da comissão que havia ido até a Câmara.
Chegou ao local da reunião o doutor Rubens Goulart, presidente da Câmara, trazendo consigo a planta que havia elaborado para construção do futuro ginásio, adaptando duas casas já existentes no terreno que estava por ser adquirido. A planta foi exposta a todos e aprovada.
Volta, então, a comissão que havia ido até a câmara dizendo que havia solicitada à câmara de vereadores o valor de Cr$ 50 mil, para o pagamento da entrada na compra do imóvel e que essa recebeu o pedido com simpatia e prometendo atender ao pedido.
Foi, então, iniciada a votação quanto ao nome do ginásio e o Coronel Ernani sugeriu o nome Jacob Renner. Entre os nomes Montenegro, Vera Cruz e Jacob Renner, venceu o último por maioria de votos.
Foi, então declarada a fundação do Colégio Jacob Renner e a assembléia encerru-se com o compromisso de doações, por parte de várias pessoas presentes (Paulo Emílio Guimarães, Carlos Lourival Lampert, Fredolino Roese, Adenildo Edgar Rubenich, Bruno Lampert, Tenente Salustiano Proença, Max Leipnitz e Júlio Gaspar Renner. Esse com a maior contribuição: R$ 10 mil. Júlio Gaspar era filho do patrono Jacob Renner.
Mesmo com a boa vontade dessas pessoas, foi difícil conseguir o dinheiro necessário para o pagamento da entrada na compra do imóvel no qual viria a funcionar o colégio. Para tocar o projeto adiante, o reverendo Ernest vendeu o seu jipe por R$ 50 mil. Assim foi possível fechar o negócio de compra do prédio que pertencia aos herdeiros de João Pelagi.
Sobrou dinheiro, ainda, para iniciar as obras de adaptação do prédio para a finalidade educativa.
Segundo o jornal O Progresso, em reportagem que comemorava a criação do novo educandário, esse teria o objetivo de proporcionar o acesso ao ensino secundário aos filhos de operários, ferroviários e soldados da Brigada Militar, que não teriam condições financeiras para bancar o ensino pago.
Em 25 de novembro daquele mesmo ano de 1953, o reverendo Ernest, juntamente com Carlos Lourival Lampert foram até o Rio de Janeiro (então capital federal) para tratar da legalização do colégio gratuito, já que se tratava de um novo formato de estabelecimento de ensino, e da solicitação de apoio ao empreendimento.
Assumindo o compromisso de colocar a primeira série ginasial entraria em funcionamento já naquele ano, a comissão que trabalhava pela abertura do colégio lançou uma grande campanha de captação de donativos. Animada com o projeto audacioso e generoso, a população montenegrina contribuiu muito e foi possível prover o colégio de todas as necessidades básicas.
Ao mesmo tempo, ainda na Escola Cruzeiro do Sul foram realizados cursos de preparação dos alunos para o exame de admissão e de um curso preparatório para os futuros professores.
Em fevereiro, chegou a autorização oficial para a abertura da escola e ela começou atividades ainda no inicio do ano, com 242 alunos. 
Em 4 de julho de 1954, a escola foi inaugurada oficialmente.
No ano seguinte, o número de alunos já chegava a 420 alunos, sendo 245 rapazes e 175 moças. Alunos que eram provenientes de 21 municípios. O que levou o Jacob Renner a oferecer até internato aos seus alunos. De forma gratuita. Uma conquista notável foi a de proporcionar matrícula para as moças, inclusive no internato. O que pareceu, a muitos, uma decisão imprópria.
Os professores, no início da escola lecionavam sem remuneração, mas foi possível alterar rapidamente essa situação, graças à colaboração da sociedade e, especialmente, dos pais de alunos.
Foi fundado, no Colégio, o Centro Tradicionalista Sinuelos da Cruz, que fez apresentações até em Porto Alegre, atraindo grande público e arrecadando fundos para a sustentação do colégio. O centro apresentou-se até em São Paulo. A Varig ofereceu a viagem, o grupo apresentou-se em teatros, emissoras de rádio e televisão, em São Paulo.
Em 1959 o colégio foi autorizado a implantar os cursos científico e clássico, com aulas à noite.
Em 1960 foi construído um novo pavilhão e uma praça de esportes construída pelos alunos. Os quais, por sinal, trabalharam em várias obras feitas no colégio.
Foi criada, também, a Escola Técnica Industrial, com aulas práticas no pavilhão da antiga fábrica Hack Renner. Em seguida, a escola adquiriu o prédio, que pertencia a Telmo Kroeff, que disponibilizou o prédio (na rua Osvaldo Aranha) a preço e em condições muito favoráveis.
Foi inaugurada, ainda, o Jardim da Infância Iraci Renner e, somados todos os cursos, a instituição somava 700 alunos. Em julho de 1962 o número de alunos chegava quase a 1.000.


Reverendo Ernest dando aula no Jacob Renner

Fotos do acervo de Romélio Oliveira

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