segunda-feira, 12 de agosto de 2013

2508 - Tanino Mimosa, abandonada, poderá servir como usina de reciclagem

Os prédios terão de ser recuperados

Em 1959, os prédios em plena atividade

Uma idéia que veio dos próprios recicladores poderá ser aproveitada e realizada pelo prefeito Paulo Azeredo: a utilização das antigas instalações da Tanino Mimosa para a montagem da Usina de Reciclagem. “O local é próximo da cidade, tem balança e uma área bem grande”, elogia Azeredo. O único porém, de acordo com o prefeito, é a questão ambiental, pois é próximo ao Arroio da Cria.

Fundada em 1946, a Tanino Mimosa foi grande impulsionadora do progresso da região. Manteve-se na atividade, mesmo com a concorrência da Tanac, fundada em 1948, até meados dos anos de 1980. Um retorno à produção de tanino foi ensaiado no início dos anos 2000, mas durou pouco. Sem capacidade de fluidez financeira, a empresa fechou as portas em definitivo em 2005.

O aposentado Evaldo de Oliveira Flores, 81 anos, morou desde 1953 em frente à empresa. Neste tempo foi testemunha do auge do funcionamento da indústria. “Por muitas vezes vi filas de caminhão esperando para descarregar as cascas de acácia”, conta Evaldo, referindo-se à matéria-prima do produto feito pela Tanino Mimosa. Nos últimos anos, o aposentado ainda trabalhou na portaria da indústria, e assim testemunhou a decadência da empresa, até seu fechamento.
Renda
Os planos de reaproveitamento do lixo seco de Montenegro vem sendo destacados pelo prefeito Paulo Azeredo desde sua posse, em janeiro de 2013. Segundo ele, este tipo de material pode ser revertido em renda para a população carente. “Se colocarmos estas pessoas dentro de um prédio, equipado para a separação destes materiais, eles mesmos farão a triagem e a venda do produto final, e terão então renda própria”, explica.

Para por em prática o projeto, além de adequar um local, será necessária a criação de uma cooperativa de recicladores, que poderá administrar o empreendimento. “Podemos auxiliar nisto também, dando suporte na criação desta empresa coletiva, e assim estaremos prestando um grande serviço social a esta gente”, aponta o prefeito.


Ruínas da história

O conjunto de prédios antigos está semi destruído. Contrastando com os telhados, que envergam sobre as madeiras envelhecidas, as paredes de tijolo à vista parecem não sentir a ação do tempo. O que se mantém em pé, firme, como que querendo chamar a atenção, é a chaminé da antiga indústria de tanino, com mais de 30 metros de altura. Em meio às ruínas, perambulam cães de uma família que mora no local. O local da antiga balança está coberto por terra. A impressão é que a restauração do imóvel, além de gerar renda para dezenas de famílias, será a recuperação da uma parte importante da economia montenegrina.

Matéria de João Batista Cardoso publicada no jornal Fato Novo
em 10 de agosto de 2013

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