No último 22 de maio, aos 87 anos, morreu em Harmonia (a 64 quilômetros da Capital) Klaus G. Kurt Hanssen. Ele era filho de Ernesto Hanssen, um jogador de futebol dos primórdios do Grêmio, e neto de um imigrante alemão chamado Emílio Hanssen (1845-1923). Esse nome esteve por muitos anos pintado na fachada de uma tradicional casa de comércio instalada, desde 1872, nos números 417 e 419 da Rua da Praia.
Numa conhecida foto da Porto Alegre de antanho, datada de 1880 (acima), lá está, no lado esquerdo da imagem, a firma Emílio Hanssen – Fábrica de Chapeos (sic), com um chapéu bicorne pendurado num suporte, para não deixar dúvidas quanto ao tipo de negócio ali estabelecido.
A recente morte de Klaus obrigou seu único filho, Bernardo, a vir de São Paulo, onde mora, para organizar as coisas do pai, que era viúvo. Durante essa dolorosa e emocionante tarefa, veio a surpresa. Do interior de uma antiga e desbotada caixa de papelão, surgiu, vinda de um passado remoto, uma impecável cartola, em admirável estado de conservação.
Uma relíquia dos tempos em que Emílio tinha artigos como esse nas prateleiras de sua loja, e mandava publicar no jornal A Federação anúncios como esse reproduzido abaixo, de uma edição de 1903, que apregoava a casa especial para chapéus “que vende mais barato que qualquer outra parte”.
(colaboraram Erika Hanssen Madaleno e Bernardo Hanssen)
Publicado na coluna Almanaque Gaúcho, de Ricardo Chaves, em Zero Hora
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