O Clube União Operário, foi criado para os montenegrinos que não podiam participar das festas dos mais ricos |
Conforme relata Elisa Moojen Arpini, em fins do século XIX e início do século XX, as famílias mais abastadas promoviam encontros noturnos nas suas residências. Chamadas de sarau, essas reuniões incluíam apresentações musicais e declamações, seguidas dos jogos de prenda (brincadeiras, desafios nos quais os perdedores tinham de pagar uma prenda - ou seja, cumprir uma tarefa, pagar um mico).
As pessoas mais pobres não podiam participar dessas festas mas era tolerado que elas ficassem espiando pelas janelas.
Havia na época, em Montenegro, um homem chamado Juvenal Alves de Oliveira, que tinha múltiplos talentos e habilidades e era muito benevolente com as pessoas mais pobres.
Ele era fotógrafo, mecânico, marceneiro, eletricista e, ainda, médico homeopata. Essa última habilidade, principalmente, fazia com que muitos o procurassem. Ainda mais que ele não cobrava pelas consultas. Sua casa estava sempre cheia de gente procurando remédio para as suas doenças e ele atendia a todos com solicitude.
Foi eleito conselheiro municipal (vereador), cargo que não era remunerado. Como carpinteiro, fabricou móveis para o início das atividades do Jardim da Infância do Grupo Escolar 14 de Julho (atual Delfina Dias Ferraz), em 1936. Três anos antes do seu falecimento, aos 66 anos.
Foi esse homem que orientou a fundação da Sociedade União Operária e a construção da sua sede, na rua Assis Brasil. Um clube acessível para a população mais humilde.
A foto mostra o Clube Operário Montenegro nos anos 1990. Época em que ali havia jogo de bolão e reuniões dançantes e, como se vê escrito na parede: jogos de bingo.
O clube está situado na esquina da rua Assis Brasil com a Osvaldo Aranha.
O trem, antigamente, passava ao lado do prédio.
Foto do acervo de Romélio Oliveira
parabens renato pelo belo comentario.romelio
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