quinta-feira, 17 de outubro de 2013

2900 - Hospital São José, de Barão

Assim foi o Hospital São José, no passado
Aspecto atual do hospital  baronense
Barão, município emancipado em 12 de maio de 1988. Sua colonização deu-se por alemães, italianos, franceses e holandeses. Localiza-se a 110Km de Porto Alegre, com acesso pela RST 470. A área territorial é de 135Km2, e uma população de 5.800 habitantes aproximadamente. A agricultura familiar é base do setor primário, destacando-se as produções de leite, aves de corte, suínos, milho e silvicultura. No setor industrial destacam-se a indústria de malhas, produtos ortopédicos, móveis, calçados, agroindústrias, derivados de leite e produtos coloniais. Na área de lazer, destacam-se os campings, pesque e pague, paragliders, grutas e cascatas, fazendo parte do roteiro turístico ?O Caminho da Velhas Colônias?.

?Barão, bom lugar para viver?

Emancipado de Salvador do Sul em 1988, Barão situa-se na Encosta Superior do Nordeste, a uma distância de 110 Km da capital do Estado via RST 470.

Inicialmente, possuía área geográfica de 184 Km2 e população de 10529 habitantes porém, com o desmembramento das áreas de Boa Vista, Carolina, Trípoli e Coblens e anexação aos municípios de Poço das Antas, Boa Vista do Sul e Carlos Barbosa, sua área abrange hoje 135,45 km2 e população de acordo com o censo de 2000, de 5.389 habitantes sendo 3.888 eleitores. Formado pelos distritos de Arroio Canoas, Francesa Alta, General Neto e Francesa Baixa, Barão limita-se ao norte com Carlos Barbosa, ao sul com Salvador do Sul, São Pedro da Serra e Tupandi, a leste com Bom Princípio e São Vendelino e a oeste com Boa Vista do Sul e Poço das Antas.

Face a sua localização geográfica, a uma altitude de 711 metros acima do nível do mar, latitude sul 29º37? 69? e longitude oeste 51º 49?55? possui clima especial, ameno, subtropical.

As temperaturas são variáveis e, no inverno, há muita nebulosidade, geadas abundantes e neve ocasionalmente. As chuvas, neste período, são frias e abundantes. No verão, a temperatura, em geral, é agradável e as chuvas não muito intensas. O seu relevo é montanhoso, muito acidentado, marcado com vales profundos e altos morros que lhe dão características peculiares com possibilidade de exploração turística. A paisagem é de serra com as terras, ainda, recobertas de vegetação nativa e exótica.

O aspecto hidrográfico se caracteriza por pequenos arroios com suas margens totalmente cobertas de vegetação.

A origem de sua denominação conta duas versões. A primeira, segundo pesquisas do Pe. Rubem Neis, provém do Barão de Holleben, Luiz Henrique Von Holleben que nasceu em Saxe Mainer, na Alemanha. Formou-se em Engenharia na Inglaterra e, vindo ao Brasil, casou-se com Maria da Luz dos Santos na cidade de Curitiba no Paraná. Em outubro de 1880, o Barão Von Holleben, como engenheiro, acompanhou o, também, engenheiro, Carvalho Borges a Conde D?Eu, hoje Garibaldi e a Bento Gonçalves a fim de dirigir as obras da Estrada de Ferro entre Montenegro e Bento Gonçalves, então, estabeleceram residência no ponto mais avançado da colonização alemã entre Salvador do Sul e Carlos Barbosa. Este local, na época, pouco habitado, posteriormente, foi denominado ?Barão? pois, para designar o lugar onde morava para o qual alguém se dirigia, dizia: ?Vou lá no Barão?. Diz-se que o Barão Von Holleben permaneceu no atual município de Barão por dois anos, transferindo-se, depois, par Porto Alegre onde, entre 1882 e 1894, trabalhou na Linha de Bondes Ferro Carril.

Porém, a outra versão, conforme conta o historiador Campos Neto em seu livro editado em 1924, intitulado ?Montenegro?, a origem do nome ?Barão? veio de Francisco Pedro de Abreu, Chico Pedro, o Barão de Jacuí. Afirma, ainda, neste livro: (página 450) ?Não consta que esse titular alemão ali residisse? e, mais adiante: (página 451) ?O Barão do Jacuí deve ter dado o nome a este distrito?.

Presume-se que seja a primeira a verdadeira pelo relato da história que se situa no contexto geográfico da região.

A história de Barão iniciou-se com a vinda de famílias imigrantes, alemães e italianos. Posteriormente, ainda no século XIX, em menor número, afluíram para o local, também, imigrantes franceses-suíços e holandeses e, mais recentemente, na metade do século XX, portugueses e bolivianos. As primeiras famílias de imigrantes alemães foram: Mayer, Bäckenbach, Neuhaus, Stein, Schmitz, Koch, Ebeling, Blei, Schäfer, Neukamp e Selbach, entre outros. As de imigrantes italianos: De Marchi, Biasetti. Dai Prá, Grando, Basso, Cerutti, Maragnon, Bedini, Cestari, Bassegio, Grespan e Costa, entre outros.

Esses imigrantes alemães e italianos deixaram profundas raízes, influenciando a cultura do povo de Barão com seus hábitos e costumes, sua culinária, suas crenças e fizeram, da agricultura, sua fonte de renda para manter-se e sobreviver na terra desconhecida. Sem dúvida, enfrentaram grandes problemas mas, lutando conseguiram vencer e legaram ao povo seus valores.

Em 1889, Valentim Diemer, que era Juiz de Paz, fundou o 1º Cartório de Barão.

No começo do século XX, Carlos Selbach e Luiz Calliari exerceram influência marcante na comunidade sendo este último, Mestre da Capela. Até 1916, as celebrações religiosas eram feitas na residência de João Schmitz, músico, regente de coral, doador do primeiro harmônio para a comunidade católica baronense.

As culturas, germânica e italiana, são as mais significativas devido à origem de seus habitantes sendo os seus hábitos e costumes muito ligados a ela mesmo com a evolução da sociedade. As tradicionais práticas de culinária, as músicas, o artesanato são conservados porém, não deixando de acompanhar o progresso. O grupo de danças folclóricas alemãs de Linha Francesa Alta, representando a origem da cultura germânica e o CTG, a cultura do nosso espaço sulriograndense, procuram interligar passado e presente. O coral municipal, também, procura preservar as origens étnicas do povo de Barão.

O lazer está condicionado a bailes, festas dos padroeiros e juninas, principalmente, jogos de futebol de campo, salão e areia, vôlei, handebol, de cartas, à programação da TV, do rádio e leituras de jornal, livros e revistas, entre outros de menor significado. Em todas as localidades existem salões comunitários onde se realizam os tradicionais bailes de ?Kerb? e as festas, além dos acontecimentos sociais como casamentos e aniversários, entre outros.

Texto de José Inácio Finato

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