Na primeira metade do século XX, o rio Caí foi intensamente utilizado para a navegação. Isso foi possível porque o governo federal e estadual realizaram várias obras no rio visando favorecer a sua navegabilidade.
Além da Barragem Rio Branco, foram feitas várias outras obras, como um canal que era atalho para a água numa curva do rio. Em outros pontos, o leito do rio foi aprofundado, inclusive com derrocamento (explosão de pedras).
Além disso, periodicamente, era feita a dragagem o rio. Ou seja: a areia era retirada do fundo do rio para evitar que o seu canal ficasse atulhado de areia.
Isso era feito para permitir a navegação com barcos de maior porte, mas tinha um outro efeito positivo. Com o canal do rio limpo, a água ganhava mais velocidade no seu escoamento rumo ao Guaíba.
O resultado disso é que a água escoando rápido não sobe tanto de nível e, com isso, diminui o nível das enchentes.
Tanto isso é verdade que, no período em que foram feitas dragagens no rio (primeira metade do século XX). não ocorreram grandes enchentes. Até mesmo a enchente de 1941, a maior já ocorrida em Porto Alegre, não foi excepcional no Caí (cidade).
As maiores enchentes ocorridas na cidade foram as de 1878 (enchente do Barro Vermelho) e a de 2011.
Depois que a dragagem deixou de ser feita no rio Caí, as enchentes na cidade mantiveram-se moderadas por um bom tempo. Só em 1982 veio a acontecer uma enchente extraordinária e, aos poucos, elas foram se tornando mais frequentes. No início do século XXI, elas se tornaram bem mais frequentes. Ao que parece, a acumulação de areia no fundo do rio vai ocorrendo lentamente. É provável, portanto, que a dragagem, sendo feita com regularidade, poderia amenizar os efeitos das enchentes na cidade.
Foto do acervo de Egon Arnoni Schaeffer
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