Egon, Ronaldo e Wilma fotografados por quem mais os amava |
Os heróis são aqueles homens que conseguem fazer muito mais do que o normal em favor do seu país, da sua comunidade ou, mesmo, da sua região.
Nascido na pequena localidade de Costa da Serra, no interior do município de Montenegro, ele teve a sorte de conhecer o Doutor Gotthardt, médico alemão que imigrou para o Brasil no final do século XIX e fixou-se na localidade de Costa da Serra. Aprendeu com o Doutor a fotografar, quando era ainda um adolescente, e continuou com esse hábito pelo resto da sua vida.
Nascido em 1905, ele começou a fotografar já no final da década de 1910 e continuou fazendo isso até a década de 1960, quando morreu prematuramente.
Numa época em que quase ninguém tinha uma máquina fotográfica, ele teve várias. No seu tempo, quase que apenas os profissionais sabiam fotografar, mas ele era amador e fotografava aquilo que lhe parecia interessante e não o que interessava aos clientes. Ele era um homem com hábitos e visão incomum, que lhe permitia ver o que outros não viam.
Com isso deixou um tesouro de milhares de fotos que só não é mais valorizado porque o seu país é inculto. Ele só gastava com fotografia. Não ganhava dinheiro com ela. Mas isso não importava a Edmundo, pois o desapego faz parte da personalidade de heróis como ele.
A foto acima foi feita em 1951, numa ocasião em que ele veio, de Santo Ângelo, para visitar os parentes e inspecionar suas propriedades no Vale do Caí. Estava acompanhado da esposa e dos dois filhos: o já muito alto Egon, com 15 anos de idade, e o pequeno Ronaldo. Enquanto esperavam a chegada da barca que permitia a travessia do rio, Edmundo fotografou sua família.
Mesmo nessa foto, a família não é, porém, o único objeto focado pelo artista na sua fotografia. Ele mostra, também, a grandeza do Taquari, que ocupa até maior centimetragem na superfície da foto. Isso faz de Edmundo fotografou o mundo a seu redor ao longo de décadas e, assim, o registrou para a posteridade e fez história.
O filho Egon é fruto que não caiu longe da árvore. Ele também fez muito mais do que faz um homem normal. Aprendeu a música por esforço e talento próprio, sem professor, e tornou-se um dos músicos que mais gravou e vendeu discos. Criador e mentor do Trio Montecarlo, além do seu arranjador, principal vocalista e instrumentista do conjunto.
Fiel à sua terra ele. mesmo fazendo sucesso nacional e internacional, voltou e continuou na sua terra. Vive, hoje ainda, em Montenegro. Fiel à sua cultura, gravou principalmente músicas em alemão, a língua na qua aprendeu a falar. Sua língua materna, assim como de grande parte da população do Vale do Caí naquela época (a década de 1930) e ainda hoje.
Felizmente, o idioma alemão continua sendo um tesouro que muitos valecaienses possuem e Egon, com a sua música, fez muito pela valorização e preservação deste bem cultural de imenso valor. Ouvindo o Trio Montecarlo, as pessoas aprendiam a admirar e valorizar esse patrimônio. E o Vale do Cai ganha muito com isso. Até dinheiro.
Foto do acervo de Egon Arnoni Schaeffer
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