Até as primeiras décadas do século XX, existiam as guardas municipais,
uma corporação policial administrada pelas prefeituras, que recebiam
auxílio econômico do governo estadual para garantir a sua manutenção
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Duclece Pires narra, em Os provisórios, o triste fim de Laudelino Ferreira da Silva, que seria o matador de seu tio Alípio Pires.
Ele teria sido Laudelino Ferreira da Silva, um guarda municipal mulato que servia na prefeitura (intendência, como se dizia na época) caiense. Afirma, também, que ele aceitou fazer o serviço a pedido de políticos do grupo rival, cobrando um conto de Réis. Para os mandantes, Alípio seria um obstáculo para a sua chegada ao poder.
A ação criminosa visava intimidar o grupo político que disputava o poder municipal naquela época. A morte de Alípio, em 11 de agosto de 1928, deu-se um mês e sete dias antes da posse do intendente Doutor Alberto Barbosa. No final do governo de Ernesto Noll.
Noll estava no final do seu governo e nada indica que ele tivesse motivo para envolver-se na morte de Alípio.
Uma hipótese a ser considerada é a de que Alípio fosse visto como uma ameaça para algum político influente. Alguém que, por exemplo, Alípio houvesse desafiado ou ameaçado matar. Talvez por vingança contra quem determinou a sua prisão.
Na época, devido à violência e crueldade características daqueles tempos primitivos, ocorria com bastante freqüência o homicídio preventivo. Ou seja: uma pessoa jurada de morte matava ou mandava alguém matar aquele que o ameaçava.
O intendente Ernesto Noll, contrariando a tendência da época, era filho da terra. Ele era felizense, sendo que Feliz, na época, pertencia ao município de São Sebastião do Caí. Quase todos os demais intendentes das primeiras décadas do século XX eram gente de fora, indicadas pelo governo estadual.
Foi conhecido como Major Ernesto Noll, intendente do município de São Sebastião do Caí de 1924 até 1928.
Ernesto Noll, também conhecido com Coronel Noll (título dado às grandes lideranças políticas naquela época) era comerciante na Feliz, com forte armazém situado na estrada Rio Branco, atual avenida Voluntários da Pátria.
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