Veleiros de porte médio, que eram comuns em Porto Alegre até o início do século XX, também navegavam pelo rio Caí, mas só até Montenegro |
Navegar com barco a vela por rios estreitos, como o Sinos e o Caí é pouco viável, pois a dirigibilidade e o controle da velocidade num desses barcos é bastante difícil e o barco pode, facilmente bater numa pedra submersa ou no fundo arenoso de um baixio. Em rios estreitos e cheios de curvas, como o Caí, é muito difícil a navegação a vela, principalmente para barcos de tamanho médio (dos grandes, nem se fale).
A navegação a vela só era possível em barcos pequenos. Veleiros de porte pequeno, chamados de paquetes, ainda navegavam até Montenegro no início do século XX. E eram bastante comuns no Guaíba e na Lagoa dos Patos.
Os vapores eram bem mais viáveis para a navegação fluvial e foram utilizados, principalmente no Rio dos Sinos, já pela metade do século XIX. Nessa época, a navegação no rio Caí era pouco expressiva, pois as vilas de Montenegro e Caí só começaram a se desenvolver na década de 1870, quando se tornaram sedes municipais e passou a ocorrer a imigração italiana, que usava a navegação pelo rio Caí como seu principal meio de comunicação com Porto Alegre.
Só então barcos de maior porte passaram a navegar regularmente pelo rio Caí. E já predominaram os barcos a vapor. Mas barcos a vela, apesar da dificuldade de navegação, também eram utilizados, até Montenegro, onde o rio é bastante largo e profundo. Para chegar ao Caí, a navegação com barcos a vela de porte médio era inviável. Apenas barcos a vela muito pequenos chegaram a ser utilizados.
Os vapores chegavam ao Caí com dificuldade e só quando o rio estava razoavelmente cheio. Apenas após a construção da Barragem Rio Branco (situada na localidade de Pareci) a navegação com vapores até o porto do Caí pode ser feita com regularidade.
Foto do acervo de Egon Schaeffer
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