quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

5101 - Rua Ramiro Barcelos, em Montenegro

A rua Ramiro Barcelos numa enchente do rio Caí no final da década de 1920




A foto foi feita do segundo píso do prédio da Farmácia São João . Uma das primeiras da cidade. Ela ficava no prédio em que, mais recentemente, funcionou o armazém Licks, ao lado do Clube Riograndense (atual banco Itaú).
O caíco se encontra na esquina da Ramiro Barcelos com a rua José Luiz.
O cipreste que aparece nessa foto é um indicativo da época em que a foto foi feita. Pelos automóveis que aparecem na foto, ela deve ter sido feita por volta de 1930. Vê-se, num prédio do lado esquerdo da foto, a plaquinha que identificava a agência Ford, que funcionou no prédio situado onde hoje se encontra a agência da Caixa Econômica Federal, no final da década de 1920.

Foto do acervo de Felipe Kuhn Braun

5100 - Maria Jaeger e suas alunas, em Bom Princípio

Maria Jaeger foi a primeira professora de Bom Princípio


A professora Maria Jaeger, filha e irrmã de enomados professores, foi a primeira professora de Bom Princípio. Ela residia numa casa situada onde é hoje a casa canônica da cidade. 
Nessa foto, da década de 1910, ela aparece com suas alunas da época.

Foto do acervo de Felipe Kuhn Braun

5099 - Theodor Amstad

Amstad era um homem de grande vigor físico e mental


O padre Theodor Amstad veio da Europa ainda jovem e trabalhou muitos anos  na paróquia de São Sebastião do Caí. Pela sua juventude e vigor físico, ele assumiu a tarefa de visitar as comunidades católicas do interior caiense. O que, na época, era um território muito grande.
O ofício de padre, na época, era perigoso, devido ao  fato do Vale do Caí ser uma região ainda coberta de selva. Não haviam pontes sobre o rio Caí e dois padres morreram afogados ao atravessarem o rio.
Foi, também, um grande intelectual e um líder social de valor incontestável. Escreveu livros importantes e foi o responsável pela criação do Seminário São José, no Pareci Novo.
Criou, também, as primeiras cooperativas de crédito no Brasil, começando pela localidade de Linha Imperial, hoje pertencente a Nova Petrópolis e que, na época, fazia parte do território caiense.
Ele foi pároco no Caí ao final da segunda guerra mundial. Nessa época os padres alemães não podiam exercer o seu ofício devido ao fato do Brasil e a Alemanha serem inimigos de guerra. Amstad pode assumir paróquia porque ele era nascido na Suíça.

Foto do acervo de Felipe Kuhn Braun

5098 - Escadinha de filhos, em Linha Nova

Os filhos de August e Friederika formavam uma perfeita  escadinha


O normal, numa família antiga, era que as esposas tivessem aproximadamente um filho por ano. Com isso, era muito comum que cada casal tivesse a sua escadinha de filhos. Ou seja, que os filhos, postados lado a lado formassem uma escadinha do mais novo ao mais velho.
Isso aconteceu em Linha Nova, na família de August Nienow e Friederika Müller, residentes em Linha Nova, como ficou registrado nesta foto foi feita por volta de 1885.
Geralmente se fotografa coisas ou fatos notáveis. Nesse caso, não se pode considerar a escadinha notável, a não ser por um aspecto. O fato das seis crianças serem do sexo masculino. Um casal ter seis filhos, sendo todos do mesmo sexo é muito raro. 
Algo semelhante aconteceu com Reinoldo Silvestre Klein, que foi um grande construtor caiense da segunda metade do século XX. Ele e sua esposa Normélia tiveram também a sua escadinha, composta por seis meninas: Sílvia, ....., ....., ....., ..... e ......
Falando-se de um construtor, vale a pena salientar também a casa da família Nienow. Ela tem uma armação de madeira do tipo enxaimel e o preenchimento da parede é feita de tijolos. Foi deixada sem reboco. Note-se ainda que ela tem uma base de sustentação feita de pedras irregulares.

Foto do acervo de Felipe Kuhn Braun

5097 - Pastor Heinrich Hunsche em duas fases da sua vida

O pastor Heinrich Hunsche, de Linha Nova, na década de 1890
O pastor Heinrich Hunsche residiu durante décadas na localidade de Linha Nova. Ele nasceu na Alemanha e veio para o Brasil  ainda jovem. Quando idoso, mudou-se para o Caí e chegou a atuar na paróquia luterana da cidade.
Ele foi pai do médico caiense Carlos Hunsche e avô do grande historiador da imigração alemã no Rio Grande do  Sul Carl Henrich Hunsche.

Foto extraída da biografia de Heinrich Hunsche, escrita pelo seu neto

5096 - Grandes famílias

Dar à luz mais de dez filhos era comum até meio século atrás,
principalmente entre famílias católicas


Antigamente, os padres católicos incentivavam a formação de grandes famílias. Até a década de 1980, ainda era forte na igreja a condenação ao uso de métodos anticoncepcionais eficientes, como a pílula.
Os padres jesuítas, que foram muito presentes como párocos no Vale do Caí, eram particularmente apegados a essa orientação. Talvez porque essa ordem tinha, ao menos naquela época, uma visão estratégica que visava a predominância da Igreja Católica sobre as demais. Por isso eram também  contrários ao casamento interconfecional (com pessoas de religião diferente. E defendiam, também, a formação de colônias exclusivamente católicas. Não viam com bons olhos a convivência dos seus fiéis com os de outras religiões.
Por isso, formavam-se famílias muito numerosas. Era comum que um casal tivesse de sete filhos para mais e não eram tão incomuns as que tinham mais de dez filhos. Principalmente no caso de famílias católicas.
A foto acima mostra a família de Hermann Graebin, morador da localidade de Bananal, próxima à cidade de Feliz.
Hermann aparece na foto com a esposa e os 14 filhos dele. 
Aparentemente, a esposa de Hermann é a senhora que está sentada ao seu lado esquerdo. Mas cabe a dúvida quanto a ser ela a mãe de todos os filhos do patriarca.
Isso porque, nas primeiras décadas do século  XX o parto representava um elevado risco de vida para a parturiente. Muitas mulheres morriam ainda jovens, quando davam luz a um filho. Nesses casos, era comum, também, que o marido casasse novamente, até pela necessidade de ter uma  nova esposa para cuidar dos seus filhos.
Se dar a luz a um filho representava um grande risco, fazer isso dez vezes era uma empreitada de alto risco.

Essa postagem foi reproduzida no jornal Fato Novo, na coluna Histórias do Vale do Capi, em 14 de marco de 2015, e motivou o chamou a atenção da leitora Regina Kayser, que é professora.

A foto publicada em HISTÓRIAS DO VALE, no sábado, 14 de março do corrente ano, refere-se ao casal Peter Graebin e Margarida Gutheil, fotografada em 1912. O casal teve 14 filhos e a família é evangélica.
Na foto, na fileira de trás, estão Peter, August, Wilhelm, Johan, Herman, Jacob, Fridolin e Julius. Na fileira da frente estão Ema, Lídia (minha avó paterna), Wilhelmine, Margarida e Peter Graebin, Caroline, Florentine e Amália. Peter Graebin foi voluntário e lutou na Guerra do Paraguai. Era neto dos imigrantes Joanes Graebin e Maria Bárbara Berger.                             
Foto do acervo de Felipe Kuhn Braun

5095 - Madalena Bühler e Darci Lauermann: os prefeitos que fizeram o desenvolvimento





As tabelas aqui apresentadas mostram, com bastante clareza, a história do desenvolvimento nos dois principais municípios do Vale do Caí.

Montenegro e Caí são os mais antigos municípios da região, os mais populosos e os de maior peso econômico. Por isso foram os selecionamos para desenvolver a análise do seu crescimento econômico até aqui.

O que se apresenta nas tabelas é o valor adicionado dos municípios a cada ano, desde 1996 até 2013. Dados que são encontráveis no site da Secretaria Estadual da Fazenda. O valor adicionado é a melhor medida disponível para medir o porte da economia de um município. Comparando a sua evolução ao longo do tempo, constatamos o grau de progresso ou retardo econômico que ocorre no município.

Por critério adotado no nosso trabalho, os resultados obtidos no primeiro ano de governo são atribuídos ao prefeito anterior, pois ainda refletem as medidas adotadas por ele.


Matéria publicada pelo jornal Fato Novo em 31 de dezembro de 2014

5094 - Crescimento econômico de Montenegro nas últimas décadas


Observa-se que no ano de 1996 (o primeiro com dados disponibilizados pela Secretaria Estadual da Fazenda), o valor da produção gerada em Montenegro (PIB) não chegava a ser o dobro da caiense. Isso significa que o Caí estava melhor do que Montenegro, pois a população montenegrina era três vezes maior do que a caiense.

Em 2013, o PIB de Montenegro foi três vezes maior do que o do Caí. Portanto, o município teve um progresso econômico muito maior do que o do seu vizinho, nesse período.

Observando a tabela mais detalhadamente, pode se ver que o progresso montenegrino aconteceu, quase todo, num único período administrativo: o da prefeita Madalena Bühler. No governo de Madalena, o PIB montenegrino dobrou de tamanho. Nos governos dos outros prefeitos montenegrinos do período estudado, Montenegro ficou estagnado.

Matéria publicada pelo jornal Fato Novo em 31 de dezembro de 2014

5093 - Crescimento econômico caiense nas últimas décadas



Entre o ano de 1996 (final do governo de Gerson Veit), e 2009, primeiro ano do governo Darci Lauermann, a economia caiense regrediu.

Nos últimos quatro anos, finalmente, o município teve um novo período de desenvolvimento significativo.

Embora não existindo dados disponíveis sobre o período anterior a 1996, percebe-se que o Caí passou por grande progresso na década de 1980, quando a Azaléia manteve duas fábricas no município. No final da década de 1990, a empresa já começava a sua crise econômica que acabou resultando no seu fechamento.


Departamento de pesquisa do jornal Fato Novo

5092 - Departamento de pesquisas do jornal Fato Novo



O Fato Novo é um dos poucos jornais gaúchos a contar com um departamento de pesquisas. Isso não quer dizer que ele tenha um setor especialmente dedicado a fazer estudos.
O jornal é feito por uma equipe muito enxuta, na qual cada pessoa realiza funções diversificadas. 

Mas o importante é que o jornal produz pesquisas inéditas que ajudam a compreender a realidade da região. E faz isso num nível que nem os grandes jornais do estado alcançam.

Com isso, o Fato Novo tem contribuído para a compreensão dos fatos e servido para que os governantes encontrem caminhos para promover o progresso de seus municípios.

Os principais focos das pesquisas realizadas pelo Fato Novo são a história e a economia.

Unindo esses dois campos de conhecimento, podemos tirar muitas lições capazes de orientar decisões futuras dos goverrnantes e dos leitores, que são também eleitores.

5091 - Madalena Bühler: a prefeita que fez Montenegro crescer

Quase todo o progresso alcançado por Montenegro
nas últimas  décadas ocorreu no governo da prefeita Madalena



Maria Madalena Bühler foi a primeira vereadora eleita em Montenegro (1982) e a primeira prefeita do município (1996). Na eleição para a Prefeitura, atingiu o maior percentual de votos de um prefeito em toda a história, com mais de 60%.

Entretanto, depois destas duas vitórias, ficou em terceiro lugar no último pleito que disputou (2004). Seu nome voltou a ser lembrado em 2008, mas ela decidiu que não iria mais disputar eleições. “Não vou concorrer mais. Já fiz a minha parte. Quero cuidar dos meus netos”, declarou, na época. “A família é mais importante do que tudo”, completou, informando que voltaria a ser uma simples dona de casa. 

Única mulher entre quatro filhos do casal Maria Eracy Leal Machado e Deolandro Viegas Machado, Maria Madalena se criou entre a cidade e o interior. Viveu a infância na localidade de Fortaleza e depois a filha de ferroviário foi para a cidade. Aos 13 anos, teve o primeiro contato com a política, quando entregou ao então governador Leonel Brizola uma carta pedindo melhorias para o trabalho dos ferroviários.

Aos 65 anos, ela enfrenta um grave problema de saúde. Há cinco anos vem realizando tratamento contra o Mal de Alzheimer e hoje encontra-se numa casa de repouso no Caí. Mas deixou o seu legado, pelo grande desenvolvimento que Montenegro teve na administração. O município, que até 1997 enfrentava graves problemas financeiros, adotou uma exitosa política de atração de investimentos, através de incentivos. 

O secretário da fazenda de época, Gerson Schardong, lembra que os resultados foram admiráveis. As dívidas foram sanadas. Madalena deixou a Prefeitura em 2000 com um superávit de R$ 1,4 milhão e o orçamento do município pulou de 17 para 54 milhões em quatro anos. Muitos empregos foram gerados e, com mais recursos, melhorou a infraestrutura da cidade. Tanto que Madalena ficou conhecida como a “prefeita do asfalto”.


Matéria de Guilherme Baptista publicada no jornal Fato Novo 
em 31 de dezembro de 2014

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

5090 - Atiradores campeões, na sociedade de Linha Nova

Em Linha Nova, o tiro era um dos esportes mais praticados



Linha Nova, como toda comunidade germânica, tinha a sua sociedade, onde se praticava o canto coral, a ginástica e o tiro, além de outras atividades.
Nessa foto ficou registrada a conquista dos campeões do torneio de tiro. Um dos vencedores exibe o troféu de campeão. Outros têm medalhas no peito. Dois ostentam as armas usadas para os seus feitos e um deles exibe uma garrafa. Certamente, uma garrafa de cerveja, pois Linha Nova era famosa pela sua produção dessa bebida. Talvez a cervejaria local era patrocinadora do evento e, para retribuir o seu apoio, a exibição de garrafa era um forma de propaganda, para dar um retorno ao patrocinador.
O fotógrafo usava um quadro negro para servir de legenda para a foto. Sabe-se assim, que o torneio de tiro foi realizado no meio da década de 1920.

Foto do acervo de Felipe Kuhn Braun

5089 - Coral Santa Cecília, de Picada Cará

Localidades pequenas, como Picada Cará também tinham seus corais


Mesmo numa comunidade pequena, como a de Picada Cará (no interior de Feliz) era possível formar um grupo de coralistas. Esse é um coral masculino, mas haviam (e ainda existem) os corais femininos e os mistos.
Corais como estes, formados por agricultores, faziam apresentações de qualidade, com arranjos em até três vozes.

Foto do acervo de Felipe Kuhn Braun

5088 - Foto de um casamento, no Arroio Bonito

Depois do casamento, realizado no Arroio Bonito dos Lamb,
em São José do Hortêncio, os noivos e convidados posam para a foto,
ao lado da igreja luterana

Foto do acervo de Felipe Kuhn Braun






5087 - Escola Evangélica de Linha Nova, em 1928



Normalmente, as comunidades luteranas tinham menos filhos e eram mais ricas que as católicas. Padres católicos incentivavam os fiéis a terem muitos filhos. Nas comunidades evangélicas, pelo contrário, havia um maior controle da natalidade.
Resultou disso que as famílias católicas tiveram mais dificuldade para trabalhar, economizar e enriquecer, ao contrário do que acontecia com as luteranas.
Essa foto, da Escola Evangélica de Linha Nova, apresenta sinais de maior prosperidade do que outra, da comunidade católica de Tupandi.
Mesmo assim, algumas comunidades católicas, como a de Bom Princípio conseguiram alcançar bastante prosperidade.
Tupandi era uma das comunidades mais pobres do Vale do Caí, até 1990, mas prosperou muito a partir da metade dessa mesma década. Época em que a Igreja Católica já não exercia a mesma influência sobre o número de filhos dos seus fiéis.
Isso pode ter ajudado a properidade extraordinária que Tupandi alcançou nas décadas de 1990 e 2000, mas outros fatores, além da influência religiosa, foram mais determinantes para esse êxito.


Alunos da escola católica de Tupandi


Fotos do acervo de Felipe Kuhn Braun




5086 - Os Lamb e sua casa, no Arroio Bonito

Antiga foto da casa que ainda existe no Arroio Bonito


Entre São Sebastião do Cai e São José do Hortêncio, existem duas localidades com o mesmo nome: Arroio Bonito. Elas são bem próximas e cada uma delas tem toda a estrutura que quase nunca falta numa localidade da região colonial alemã: um armazém colonial, uma igreja, um cemitério uma sociedade e um campo de futebol. Ambas as igrejas são luteranas.
Uma dessas localidades fica no município de São Sebastião do Caí e outra em São José do Hortêncio. Por isso, hoje em dia, para se diferenciar uma da outra, costuma se chamar uma de Arroio Bonito de Hortêncio e outra de Arroio Bonito do Caí.
Mas nem sempre foi assim. O município de São José do Hortêncio foi criado apenas em 1988 e, então, o modo que se tinha para diferenciar uma localidade da outra era o sobrenome das famíllias donas dos armazéns locais. 
O do Caí era Arroio Bonito dos Hess e o de Hortênicio, Arroio Bonito dos  Lamb.
Nesse último ainda se encontra a casa que aparece na foto. Ela continua pertencendo  à família. Assim como os Hess ainda são proprietários do prédio em que funcionava o seu antigo armazém.

Foto do acervo de Felipe Kuhn Braun

5085 - Um filho de Guilherme Winter


Pedro Winter, um dos filhos do pioneiro 
Guilherme Winter

Guilherme Winter é, geralmente, considerado o fundador de Bom Princípio. Isso porque ele edquiriu a área onde hoje se encontra essa cidade e a loteu  em chácaras, vendendo para filhos de colonos e imigrantes alemães.
Guilherme era extraordinariamente empreendedor, pois foi um dos primeiros empresários do ramo imobbilário no Vale do Caí. Inicialmente, as  colônias foram estabelecidas  pelo governo e foi por volta de 1840 que surgiram os primeiros loteamentos feitos por particulares.
Felipe Kuhn Braun fez um bem fundamentado histórico desse pioneiro colonizador.

"Os Winter são originários de Klüserath am Mosel, uma cidade banhada pelo rio Mosel, no Hunsrück, região das origens da maioria dos atuais moradores de Bom Princípio. Registros apontam que o avô paterno de Guilherme, Johann, tenha emigrado de uma cidade próxima e fixado residência no lugarejo onde casou e teve três filhos, um dos quais Philipp, foi o pai de Guilherme. Philipp nasceu em 1770 e casou com Hermina Welter, filha de Jacob Welter e Anna Maria Breidbach.

O casal Winter teve seis filhos e, no ano de 1829, decidiu emigrar para o Brasil. O pai de Guilherme faleceu durante a travessia entre o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul e não durante a travessia do Atlântico, como muitos pesquisadores apontam. A viúva Hermina se estabeleceu com os filhos na Linha Nova, município do Vale do Caí. Lá, Guilherme casou com Elisabeth Müller e na década de 1840, logo após seu casamento, comprou 43 quilômetros quadrados de terras de proprietários portugueses.

Em 1846, Guilherme fundou sua colônia, que seria por décadas conhecida como Winterschneiss (em alemão, Picada dos Winter) afinal, além de fundadores, os Winter foram os primeiros proprietários de origem alemã, das terras que hoje abrangem o município de Bom Princípio. Ali Guilherme e Elisabeth tiveram oito filhos. Já nos primeiros anos, Winter vendeu parte de suas terras às famílias imigrantes que desejavam se estabelecer em Bom Princípio, porém, seguindo alguns critérios pré-estabelecidos: todas as novas famílias deviam ser católicas, deviam zelar pela formação dos filhos e deveriam imigrar senhores de profissões diferentes, tais como marceneiros, professores, comerciantes, ferreiros.

Winter morou primeiramente nas proximidades da igreja católica atual, no centro do município, mais tarde mudou-se para Santa Lúcia e nos últimos anos de sua vida para Santa Therezinha, comunidades do interior de Bom Princípio. Suas terras demoraram mais de dez anos para serem demarcadas, motivo pelo qual Winter, já idoso, não podia zelar por toda sua propriedade. O fato de ter vendido muitas terras aos primeiros imigrantes depois dele, assim como a divisão das terras entre seus filhos e netos, diminuíram seu patrimônio, assim como invasões por parte de seus próprios vizinhos de origens portuguesas.

A professora bomprincipiense Maria Marli Flach nos conta um pouco da história dos Selbach, (os Selbach são erroneamente conhecidos como co-fundadores do município, mesmo que, por poucas pessoas e sem comprovação documental). Apesar de não terem sido fundadores, merecem uma descrição, pois, estavam entre os primeiros moradores do município, assim como os Junges, Schmitz, Ludwig e Steffen, entre outros. “Em 1847, o Sr. Philipp Jakob Selbach comprou uma propriedade ao lado da de Winter, assentando-se em 1853 no Passo Selbach, para onde ele também levou o seu antigo negócio do Campestre. Selbach, então deu-lhe um outro nome, mais chamativo: Bom Princípio. Os primeiros moradores provinham, como os Winter e os Selbach, da Portugieseschneis. ...Os lotes comprados extendiam-se a partir de um traçado de rua, perfazendo, normalmente, 24 hectares”.


Winter ficou viúvo e casou anos mais tarde com Appollonia Weber, com ela Winter não teve descendência. Porém, seus oito filhos do primeiro casamento lhe deixaram uma descendência numerosa; e atualmente, milhares de pessoas são descendentes do imigrante fundador de Bom Princípio. Suas duas filhas, Anna e Catharina, casaram respectivamente com Johann Hünning e Adam Schneider. Entre os pioneiros descendentes de Winter, destacaram-se também sua neta Thereza Clementina Schneider, uma das primeiras parteiras do município e Henrique Roehe, casado com sua neta Maria Schneider. Henrique foi o primeiro escrivão e médico homeopata do município. Também Jacob Aloísio Heck, que hoje é homenageado com uma rua em Bom Princípio. Heck que foi construtor de igrejas e hospitais por todo os Estado do Rio Grande do Sul, era casado com uma bisneta de Winter, Emília Catarina Roehe."

Fotos e textos do acervo de Felipe Kuhn Braun



5084 - A primeira colônia fundada por iniciativa particular

Pedro Winter, um dos filhos de Guilherme Winter, com sua família

Guilherme Winter, o loteador de Bom Princípio, foi um dos pioneiros dessa atividade, que veio a se tornar importante a partir daí, facilitando a atração de imigrantes alemães para o Vale do Caí.
O primeiro loteador foi Tristão  Monteiro, principal responsável pelo surgimento dessa atividade, quando loteu uma enorme fazenda no Vale  do Rio Dos Sinos.
"Em 1845Tristão José Monteiro e seu sócio Jorge Eggers adquiriram a sesmaria, então denominada Fazenda Mundo Novo, pertencente a Libânia Inocência Correa de Leães, viúva de Antônio Borges de Almeida Leães. Esta fazenda compreendia os atuais territórios de Igrejinha, Taquara e Três Coroas. Em 4 de setembro de 1846, Jorge Eggers vendeu sua parte para Tristão Monteiro. Este criou a Colônia de Santa Maria do Mundo Novo. 
A partir de 1846, muitos colonos alemães, vindos de São Leopoldo e diretamente daAlemanha, fixaram-se nessa Colônia e, aos poucos se espalharam pelas margens do rio Santa Maria (hoje Rio Paranhana), rumo ao norte. Grandes partes de terra dessa Colônia foram vendidas a baixo preço aos novos colonizadores, os quais encontraram muitas dificuldades quanto ao cultivo do solo. Eram comuns os conflitos com bugres. A região era montanhosa e não havia estradas, sendo o rio o único meio de escoamento dos produtos colhidos na região, os quais eram transportados em pequenos barcos até Sapiranga, onde eram distribuídos."

Trecho entre aspas extraído da Wikipédia e foto do acervo de Felipe Kuhn Braun

5083 - O professor Junges e seus alunos, em Tupandi

Pedro Junges lecionava na escola comunitária e a língua falada
na escola era o alemão


O professor Pedro Junges lecionava em Tupandi, na escola local. Em 1911 foi feita essa foto, em que ele lecionava para as crianças da comunidade.
A maior parte das escolas, naquela época, eram paroquiais, mantidas pela comunidade local, geralmente ligadas à igreja. No caso de Tupandi, a Igreja Católica. Noutras comunidades como, por exemplo, Tupandi, a população era luterana e era a comunidade dessa igreja assumia o compromisso de manter a escola.
O governo  estadual ajudava subsídio financeiro.
Inicialmente, as escolas comunitárias ensinavam em alemão, única língua falada pela população local, em lugares isolados como  Linha Nova e Tupandi. Nas melhores escolas, o português era ensinado, como se fosse uma segunda língua, uma língua estrangeira.
Mas isso passou a ser um problema devido ao fato de que o Brasil e a Alemanha ficaram em lados opostos nas duas  guerras munidais (1914 a 1918 e 1930 a 1945). Durante as guerras, Brasil e Alemanha se tornaram nações inimigas. Durante a segunda guerra, falar o alemão foi proibido. Um problema sério pois, no interior, muita gente só sabia falar o alemão.
Na década de 1940, o uso do alemão nas  escolas passou a ser proibido.

Foto do acervo de Felipe Kuhn Braun

5082 - Banda da Picada 48, em 1900

Ainda no século XIX, centenas de grupos musicais foram formados 
nas velhas colônias dos vales do Sinos e Caí


No Vale do Cadeia, arroio que é o principal afluente do rio Caí, foram implantadas algumas das mais antigas áreas de colonização alemã no Rio Grande do Sul. Entre elas a Picada 48. Nome que provém do fato de que a área loteada era composta de 48 lotes, cada um destinado a uma família de colonos.
Por isso essa área, situada entre Estância Velha e São José do Hortêncio, recebeu o nome de Picada 48.
No ano de 1992 foi criado o município de Lindolfo Collor, que abrange essa localidade e mais a vizinha Picada Capivara.
Picada 48 era uma localidade muito pequena. No entanto, tinha uma bem equipada banda musical. A foto foi feita por volta de 1900.
O interesse do povo alemão pela  música, mesmo entre pessoas que migraram para um território distante, isolado e selvagem, nos permite entender porque os maiores gênios da música, Bach, Bethoven, são alemães. O amor à música veio impregnado na cultura dos colonos que vieram da Alemanha para desbravar a selva que encobria o Vale do Caí.

Foto do acervo de Felipe Kuhn Braun

5081 - Paisagem rural em Linha Araripe

No Vale do Caí, as terras eram muito mais desmatadas
no passado do que atualmente


Linha Araripe é uma localidade situada entre as cidades de Gramado e Nova Petrópolis. A foto antiga mostra um cenário que era comum no início do século XX.
Mesmo nas encostas e no topo dos morros, a terra era aproveitada para a agricultura ou a criação de gado. Poucas áreas de floresta eram preservadas. De um modo geral, na região do Vale do Caí, a grande mudança que ocorreu nos últimos cem anos foi a reconstituição das florestas nativas e de parte da fauna então existente.
Antes da chegada dos imigrantes, certamente, todas essas áreas eram cobertas pelo mato. Os colonos as desmataram e usaram para a agropecuária.
Agora, grande parte das áreas que foram usadas para a agricultura estão sendo novamente tomadas pelo mato, pois não é mais econômico produzir milho, mandioca ou soja em áreas como acidentadas, como essas, pois elas são impróprias para a moderna agricultura mecanizada.

Foto do acervo de Felipe Kuhn Braun

5080 - Madalena Bühler: a grande prefeita montenegrina






De dona de casa a grande prefeita

Maria Madalena Bühler entrou para a história de Montenegro. Foi a primeira vereadora eleita (1982) e também a primeira prefeita do município (1996). Na eleição para a Prefeitura, atingiu o maior percentual de votos de um prefeito em toda a história, com mais de 60%. Entretanto, depois destas duas vitórias em eleições, acabou ficando em terceiro no último pleito que concorreu, em 2004. Seu nome voltou a ser lembrado em 2008, mas decidiu que não iria mais disputar eleições. "Não vou concorrer mais. Já fiz a minha parte. Quero cuidar dos meus netos”, declarou, na época. “A família é mais importante do que tudo", completou, informando que voltaria a ser uma simples dona de casa. Conforme o neto, o repérter Vinicius Bühler da Rosa, é chamada carinhosamente de “Vó Mada”.
Única mulher entre os quatro filhos do casal Maria Eracy Leal Machado e Deolandro Viegas Machado, Maria Madalena Leal Machado se criou entre a cidade e o interior. Viveu a infância na localidade de Fortaleza e depois a filha de ferroviário foi para a cidade. Aos 13 anos teve o primeiro contato com a política, quando entregou ao então governador Leonel Brizola uma carta pedindo melhorias para o trabalho dos ferroviários.
Aos 65 anos, enfrenta um grave problema de saúde. Há cinco anos vem realizando tratamento contra o Mal de Alzheimer e hoje encontra-se numa casa de repouso de São Sebastião do Caí. Mas deixou o seu legado, pelo grande desenvolvimento que Montenegro teve em sua administração. O município, que até 1997 crescia negativamente e enfrentava graves problemas financeiros, adotou uma política de atração de investimentos, através de incentivos. O secretário da fazenda de época, Gerson Schardong, lembra que os resultados foram animadores. As dívidas foram sanadas. Madalena deixou a Prefeitura em 2004 com um superávit de R$ 1,4 milhão e o orçamento do município pulou de 17 para 54 milhões em quatro anos. E não foram só empresas e empregos que foram gerados. Com mais recursos, melhorou a infra-estrutura da cidade, tanto que Madalena ficou conhecida como a “prefeita do asfalto”, devido as várias ruas e estradas que foram pavimentadas. Uma simples dona de casa que foi uma grande administradora. E que nunca deixou de lado a simpatia, marcada pelo seu sorriso fácil. 

Matéria de Guilherme Baptista publicada pelo jornal Fato Novo na edição  de 31 de dezembro de 2014

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

5079 - Colégio interno para meninas, em Bom Princípio

Colégio Santa Tereza, em Bom  Princípio


O Colégio Santa Tereza foi um colégio para meninas.  Elas aprendiam religião, idiomas português e alemão. aritmética, geografia, história nacional, ciências físicas e naturais, desenho e caligrafia, trabalho  manual, canto e civilidade.
Era um colégio com regime de internato e as meninas, ao ingressarem lá, deveriam trazer um enxoval composto de "dois travesseiros, uma colcha branca, quatro lençóis, quatro fronhas, seis lenços, dois guardanapos, quatro toalhas de rosto, duas ditas de pé, seis camisas, dois pentes (grosso e fino), um copo, uma escova de dentes, um vestido branco, roupa suficiente para o inverno, um casaco, um chapéu."
Na casa à direita residiu Maria Jaeger, a primeira professora de Bom Princípio.

Foto do acervo de Felipe Kuhn Braun

5078 - Hospital São Pedro Canísio, em obras

O hospital foi erguido com o trabalho e as contribuições
da comunidade principiense
A comunidade de Bom Princípio se caracterizou pela realização de grandes obras. Admiráveis, considerando-se o tamanho da localidade. Pessoas mais abonadas contribuíam com dinheiro ou material de construção. Os mais humildes trabalharam voluntariamente na obra, que levou anos para ser concluída. A inauguração ocorreu em 1930.
Além da magnífica igreja, os principienses construíram um grande seminário e esse hospital, denominado São Pedro Canísio. Obra realizada na primeira metade do século XX.
As irmãs da ordem de Santa Catarina administraram o hospital, quando inaugurado, e o médico nele atuou o cirurgião Júlio Hegendüss.

Foto do acervo de Felipe Kuhn Braun

5077 - Igreja de Bom Princípio

O interior da igreja matriz de Bom Principio


A igreja de Bom Princípio é de uma beleza e grandiosidade que impressionava a todos. Ainda hoje, ela causa admiração. Imagine-se, então, na pequena povoação que era Bom Princípio na época da sua construção, ainda no século XIX.
Comentaristas da época escreveram que só em grandes cidades eram encontradas igrejas comparáveis a essa.

Foto do acervo de Felipe Kuhn Braun

5076 - Roda d'água no interior de um moinho ou serraria

Roda d´água na propriedade da família Grings





Pequenas quedas d'água foram muito utilizadas, no passado, para acionar mecanicamente rodas d´água, pilões e serrarias.
A água que caía fazia girar a roda e o seu movimento era aproveitado para diversos fins. Antes da invenção da máquina a vapor e da eletricidade, eram mecanismos assim que atuavam como máquinas, realizando o trabalho que, antes, só era feito pelas mãos  humanas.
Nessa foto vemos a roda d'água existente na propriedade da família Grings, em Linha Imperial, no atual município de Nova Petrópolis. Na época, pertencente a São Sebastião do Cai.

Foto do acervo de Felipe Kuhn Braun

5075 - Família de Frederico Michaelsen Filho

A família Michaelsen, de Nova Petrópolis, teve membros ilustres 
A colônia de Nova Petrópolis foi uma das colônias oficiais, criadas pelo governo, pelo governo imperial. Ao contrário de outras, que foram estabelecidas junto a rios (São Leopoldo, Feliz) ela não teve o desenvolvimento esperado devido à sua localização. Situada no alto da serra ela tinha sérias dificuldades de acesso e transporte de mercadorias.
A família Michaelsen, originária de Nova Petrópolis, teve dois representantes muito ilustres, que vieram a se destacar em São Sebastião do Caí.
Um deles foi Jacob Michaelsen, um dos principais empresários da navegação gaúcha. Outro foi Egydio (filho de Jacob) que foi prefeito caiense, banqueiro e ministro da indústria e comércio no governo do presidente João Goulart.

Foto do acervo de Felipe Kuhn Braun

5074 - O Caixeiro viajante, seu cavalo e o burro de carga

Percorrendo estradas e picadas, o  caixeiro percorria o interior
oferecendo suas mercadorias nos estabelecimentos comerciais


O caixeiro viajante era uma figura de grande destaque na sociedade brasileira do século XIX e início do século XX. Ele viajava pelo interior, visitando os  armazéns existentes nas localidades interioranas. Ele tirava pedidos (anotava encomendas, que depois eram entregues levadas por carretas).
Alguns desses vendedores montados utilizavam, também, um burrico (burro de carga) para levar o mostruário. Fotos e amostras dos produtos que vendiam.
As máquinas fotográficas da época exigiam que o modelo se mantivesse imóvel por vários segundos. Tarefa que, nessa foto, o caixeiro viajante e o burrico  cumpriram. Mas o cavalo não se conteve e balançou a cabeça durante o tempo em que a chapa (vidro coberto com material fotosensível) ficou exposta para captar a imagem. 

Foto do acervo de Felipe Kuhn Braun

5073 - O marceneiro Felipe Schenkel

Felipe Schenkel tinha a sua marcenaria, em Linha Nova



Quando os colonos alemães chegaram ao Vale do Caí (a partir de 1826 ou 27, em Linha Nova), as estradas eram muito ruins. No início, havia apenas caminhos estreitos no meio do mato.
Por isso, para fazer suas casas e móveis, eles mesmos derrubavam árvores. Até porque derrubar árvores era uma necessidade básica, pois eles  precisavam limpar terrenos para fazer a casa e, principalmente, plantar roças.
Alguns dos imigrantes já trabalhavam com carpintaria e marcenaria na sua terra de origem e começaram a prestar serviços aos outros colonos menos habilidosos. Com isso, cada localidade passava a ter o seu carpinteiro ou marceneiro. Pessoas que, nem por isso, deixavam de cultivar a sua roça, pois não dava para viver somente do trabalho com a madeira.
Da mesma forma surgiram logo os ferreiros e outros  profissionais capazes de produzir produtos necessários para os colonos. Inclusive carretas, tamancos, calçados...
A foto mostra o marceneiro Felipe Schenkel, de Linha Nova, na sua oficina.

Foto do acervo de Felipe Kuhn Braun

5072 - Clube de Cantores

Simples colonos cultivavam o canto coral e se apresentavam elegantemente:
valores da cultura alemã que eram preservados nas sociedades,
mesmo em localidades pequenas


As localidades fundadas por colonos alemães costumavam ter suas sociedades. Algumas eram sociedades de tiro, outras de ginástica e outras de canto coral.
Essas sociedades costumavam ter seus prédios próprios que, com o tempo  iam sendo melhoradas.
O Clube Riograndense começou como um clube de cantores. O Clube Aliança, do Caí, surgiu de uma sociedade dedicada à prática da ginástica.
Claro que essas sociedades não se dedicavam somente à prática do canto ou da ginástica. Elas eram lugar de encontro e promoviam  bailes e até apresentações teatrais.
Serviam para congregar as pessoas e para desenvolver a cultura e o esporte. 
Até mesmo localidades pequenas, como Linha Nova, tinham a sua sociedade. Na foto acima vemos o clube  de  cantores  de Linha Nova em foto do final do século XIX.

Foto do acervo de Felipe Kuhn Braun

domingo, 28 de dezembro de 2014

5071 - Foto aérea da praça 15 de Novembro ou João Pessoa



A praça mais central do Caí é chamada, hoje, de praça Edvino Puhl. Antes disso, chamou-se praça 15 de Novembro.
É provável que a mudança de nome, de 15 de Novembro para João Pessoa, tenha ocorrido no ano de 1930. 
João Pessoa foi governador do estado  da Paraíba e candidato a vice-presidente da república na chapa encabeçada pelo gaúcho Gatúlio Vargas.  Ele foi assassinado e esse fato causou grande revolta entre os partidários de Gatúlio. O homicídio serviu de estopim para a Revolução de 30, que levou Getúlio Vargas a tomar o poder e dele se apossar por 15 anos.
A revolução foi um grande movimento cívico. A maioria dos brasileiros estava insatisfeita com a supremacia política dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Os presidentes eleitos eram sempre desses dois estados. Uma situação que era conhecida como política do café com leite (porque São Paulo era o grande produtor de café e Minas de leite).
Em 1929, Getúlio, tendo João Pessoa como vice, concorreu à presidência, mas foi derrotado.
Um ano depois a indignação com o homicídio cometido contra João Pessoa, aumentou a indignação contra aqueles que monopolizavam o poder no Brasil, houve uma grande mobilização e Getúlio chegou ao poder.
A praça, como aparece na foto, tem muitas características da atual praça. O que indica que essa foto não é tão antiga. Outro indicativo disso é o caminhão estacionado na rua Marechal Deodoro da Fonseca, que tem aparência moderna. Ela pode ter sido feita por volta de 1960.



Foto do acervo de Mário Glaeser

5070 - Estudantes desfilam na rua Marechal Deodoro

Desfile estudantil na rua Marechal Deodoro 



Estudantes desfilando pela rua Marechal Deodoro. Muito provavelmente na década de 1940. A foto foi feita do segundo andar do prédio onde atualmente  funciona a Farmácia Ideal, na esquina da Marechal Deodoro com a rua Pinheiro Machado. Ainda não haviam sido construídos o prédio do advogado Fausto Leão (na esquin) e o Cine Aloma (prédio da atual loja Três Passos).
Note-se que já havia um prédio no local onde hoje se encontra a biblioteca pública, que depois serviu como agência dos correios até, aproximadamente, a virada do milênio. Talvez é o mesmo prédio, que tenha passado por reforma quando passou a funcionar como agência dos correios.
Até a década de 1930, a rua Marechal Deodoro contava com poucas construções. As ruas mais importantes eram a Marechal Floriano e a Tiradentes, que faziam parte da antiga Estrada Rio Branco.
Na época dessa foto, ainda eram poucas as construções na Marechal Deodoro, mas ela já começava a se firmar como rua importante. Na segunda metade do século XX, ela tornou-se a mais movimentada da cidade. 

Foto do acervo de Mário Glaeser

5069 - Solar da família Alencastro Guimarães

A família Alencastro Guimarães era a mais rica e influente
na fase inicial de  São Sebastião do Caí


A família Alencastro Guimarães foi a mais importante do Caí na fase de criação da cidade e nas primeiras décadas da sua existência. Até meados do século XX, alguns membros da família ainda eram muito conhecidos na cidade e se destacaram no exército e na política brasileira. Hoje os Alencastro Guimarães não vivem mais na cidade, mas o nome ainda permanece como nome de rua e de escola.
O solar dos  Guimarães é este prédio, situado na rua Marechal Deodoro da Fonseca, esquina com rua Benjamin Constant. Ele existiu até aproximadamente uma década atrás. Hoje, em seu lugar foi construída uma casa moderna.

Foto do acervo de Mário Glaeser