A. J. Renner começou a trabalhar quando ainda era criança, cuidando das vacas no tambo de leite da família. Estudou até os 12 anos na Escola Evangélica e depois foi trabalhar na fábrica de banha de seu pai. Como era costume na época, aos 14 anos ele foi trabalhar de graça numa empresa, para aprender um ofício. Fez este “estágio” na Joalheria Foernges, em Porto Alegre, aprendendo o ofício de ourives. Aos 18 anos, logo no início do século XX, ele se transferiu para o Caí, que era na época uma das mais progressistas cidades do estado, graças ao intenso movimento do seu porto. Renner estabeleceu-se na cidade com uma ourivesaria (joalheria) situada na rua Marechal Deodoro n° 51 (o prédio ainda existe). Conheceu então Matilde Trein, filha do rico comerciante Cristiano Jacob Trein, e casou-se com ela em 1905, aos 19 anos. Depois de casado passou a ser sócio do sogro, mas não se acomodou. Trabalhou como caixeiro viajante e, neste ofício, andava a cavalo, muitas vezes no mau tempo.
Em 1911 foi fundada no Caí a empresa textil Frederico Engel & Cia e Renner era um dos sócios da mesma. Como a empresa enfrentou problemas logo de início, ele assumiu a sua administração. Surgiu assim a empresa A. J. Renner & Cia. A fábrica estava instalada no quarteirão hoje ocupado pela Escola São Sebastião, com frente para a rua 13 de Maio. No mesmo quarteirão estavam situadas as casas comerciais do sogro Cristiano Trein e do cunhado Frederico Mentz.
Renner conseguiu progresso rápido na sua fábrica porque criou um produto inédito e de grande utilidade: uma capa de chuva de qualidade muito superior às existentes no mercado. Para tornar a sua capa realmente impermeável, ele pesquisou muito em livros e no laboratório montado por ele mesmo. As chuvas que teve de enfrentar andando a cavalo o fizeram perceber a importância e a necessidade deste produto.
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