Arno Kusminski, na década de 1980, ainda guardava lembranças
da fase gloriosa vivida pelo Caí na época em que ele nasceu
No final do século XIX, o Caí era uma das cidades mais importantes do estado. Não muito populosa, mas extremamente dinâmica. Por seu porto eram escoadas as riquezas das prósperas colõnias alemãs do Vale do Caí e, também, as das colônias italianas da região de Caxias do Sul e Farroupilha. Isto fez com que se desenvolvesse muito o comércio e a indústria na cidade que passou a ser, rapidamente, o mais dinâmico polo de desenvolvimento do estado.
Arno Kusminsky, em artigo no Fato Novo n°17 afirmou que a primeira linha telefônica implantada no Rio Grande do Sul ligava as cidades de Rio Grande, Pelotas, Porto Alegre, São Leopoldo e a vila de São Sebastião do Caí. E comentou que o “Caí foi, portanto, uma das primeiras cidades gaúchas a contar com os serviços de telefonia, o que se justificava, pois nesta época (última década do século XIX) nossa cidade constituia-se num dos mais importantes centros comerciais do estado. Oito vapores faziam a linha Caí-Porto Alegre e haviam seis hotéis na cidade.”
Carlos Henrique Hunsche, em artigo publicado nesta mesma edição do Fato Novo comentou que depois dos anos de ouro da navegação no rio Caí, veio a retração. Em 1922, “firmas importantes como a de Henrique Ritter F° (cervejaria), de Fredeico Mentz (produtos agrícolas) e de A.J. Renner (tecidos), todas de origem caiense, haviam já transferido as suas sedes para Porto Alegre, e outras famílias de destaque e peso econômico haviam deixado o município. Este processo retrativo, além de outros motivos, alguns de origem política, começou com a decisão inexplicável, dos próprios caienses, por volta” (da virada) “do século, de rejeitar a estação da estrada de ferro (VFRGS) que ligaria Porto Alegre a Santa Maria da Boca do Monte e que, originalmente, passaria por São Sebastião do Caí.”
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