segunda-feira, 17 de agosto de 2009

154 - 35 anos à frente da igreja

Em 1945, quando o arcebispo metropolitano Dom João Becker já estava muito doente, a Igreja já via no padre Alfredo Vicente como a pessoa mais indicada para sucedê-lo e tratou de promovê-lo para esferas mais elevadas da hierarquia eclesiástica. Em 1946 Dom João faleceu e, no ano seguinte, o padre Vicente foi sagrado Bispo e, no mesmo dia, consagrado como Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre.
Ele passou a ser conhecido, então, como Dom Vicente Scherer. Ao longo de 35 anos ele comandou a Igreja no Rio Grande do Sul, tornando-se uma das mais notáveis personalidades gaúchas de todos os tempos. Mostrou coragem nos momentos mais aflitivos, como aquele em que - no ano de 1964 - a Força Aérea Brasileira recebeu ordem de bombardear o Palácio Piratini, onde o governador gaúcho Leonel de Moura Brizola resistia ao golpe de estado contra o presidente João Goulart. Dom Vicente se postou diante do Palácio Piratini e mandou avisar que se os aviões bombardeassem o prédio ele morreria junto.
Como bispo ele fundou 150 paróquias, ordenou 493 padres e 15 bispos e ainda sagrou mais de cem freiras e irmãos. O seu exemplo frutificou, a ponto de tornar a pequena Santa Teresinha e localidades vizinhas o maior celeiro de vocações religiosas do país.
Mas além da intensa preocupação com a religião, Dom Vicente também se ocupava muito com as questões sociais. Preocupou-se principalmente com a situação dos agricultores que, na sua época, estavam sendo expulso das suas terras para uma vida marginal, na periferia das grandes cidades. Em 1963 ele criou a Frente Agrária Gaúcha, o que resultou na formação de 357 sindicatos congregando 1,5 milhão de agricultores e trouxe grandes benefícios para toda esta gente que, do contrário, não teria outra alternativa se não o êxodo e a marginalidade

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