sábado, 29 de agosto de 2009

352 - As vítimas do bugre

No município de São Vendelino, ocorreu uma das histórias mais marcantes da época de colonização alemã, que foi o rapto de toda a família do colono Lamberto Versteg por índios caingangues. Os selvagens saquearam a propriedade do colono e seqüestraram sua esposa e o casal de filhos. A mulher e a filha foram mortas pelos índios e o filho, chamado Jacó, sobreviveu, conseguindo fugir e voltar à civilização branca, depois de haver permanecido por cerca de nove anos entre eles. O próprio Jacó Versteg, quando já era idoso, contou sua história ao monsenhor Matias José Gansweidt, que escreveu um livro baseado no seu relato e no de outras pessoas que participaram desta história. O livro, bastante conhecido, chama-se As Vítimas do Bugre e conta em detalhes a história que aqui apresentaremos de forma resumida.
Lamberto Versteg estava vivendo com a sua família na Colônia de Santa Maria da Soledade já há dez anos quando aconteceu o rapto de seus familiares. E os índios que cometeram o crime teriam agido por orientação de Luís Bugre, um índio que falava alemão e vivia no meio dos colonos. Luís havia sido separado da sua tribo e adotado por uma família branca, aos 11 anos de idade. A palavra bugre que os colonos usavam para identificá-lo era a forma como os índios eram tratados naquela época.
Foi no ano de 1847, na recém implantada colônia de Feliz. Cansados de serem incomodados pelos bugres (que lhes devastavam as plantações e roubavam-lhes o gado nos potreiros) os colonos se reuniram para organizar uma defesa coletiva. Os colonos João Barth, Jacó Bohn, João Berwanger, Miguel Nedel, Matias Flach, João Hentz, Pedro Hirschberger, André Scherer e Antônio Zirbes combinaram de ter sempre, em casa, uma espingarda com cartuchos carregados de sal ou de chumbinho, para dar uma recepção inesquecível aos bugres que roubavam suas criações e lavouras. As espingardas ficavam sempre prontas, do lado da cama do chefe da família, pois os índios costumavam atacar à noite. E também combinaram que, havendo o ataque a uma propriedade, os vizinhos deveriam se unir para a defesa do colono atacado.
O colono Jacó Bohn preparou um sistema de alarme bem rudimentar, mas eficiente. Uma corda foi esticada na borda da sua plantação de milho, ficando a ponta da mesma amarrada a uma lata vazia deixada sobre uma caixa, dentro da sua casa. Numa noite aparentemente tranqüila, a lata caiu de cima da caixa, acordando o colono. Dois dos seus filhos correram a avisar os vizinhos mais próximos e estes avisaram outros vizinhos, de modo que em 45 minutos já havia um grupo de colonos reunido na casa de Jacó. Todos armados com suas espingardas, os colonos cercaram a roça de milho, dentro da qual os bugres faziam a sua rapina. A um sinal, os colonos começaram a disparar suas espingardas e seus cachorros também atacaram os selvagens que foram tomados de um pânico extremo. Em fuga desesperada, os bugres correram em direção ao rio Caí e se jogaram nas suas águas, desaparecendo rapidamente.

9 comentários:

  1. Tenho este livro e posso vendê-lo.

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  2. Tenho este livro e posso vendê-lo.

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  3. Meu avo tinha o livro...mesmo rasgado li o que foi possível. Mais tarde conheci o livro campo dos bugres.

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  4. Meu pai tinha o livro, eu o li ainda criança, 11 ou 12 anos, meu pai o emprestou para um amigo que não o devolveu. Gostaria de le-lo denovo. Fui pesquisar preço é achei muito caro.

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  5. Entrem em contato com Valdomiro Sipp em São Vendelino.

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