quinta-feira, 13 de agosto de 2009

114 - Boa morte

Além de trabalhar na prefeitura, seu Manoel ajudou muito aos clubes e entidades locais escrevendo estatutos e atuando como secretário. Tinha letra muito boa e era considerado o melhor datilógrafo da cidade.
Era também um homem calmo que se dava bem com todos e procurava conciliar as pessoas. Era o autor de uma coluna no jornal O Município (editado por Wallace Kruse) que continha anedotas e comentários leves, muito admirada pelos leitores.
Manoel Câmara gostava muito de encontrar os amigos para conversar e era, também, muito religioso. Devoto de Nossa Senhora de Lurdes, ele ia uma vez por mês assistir missa na igreja a ela dedicada, em Porto Alegre. Era também o primeiro a chegar na igreja para assistir as missas da paróquia de São Sebastião, no Caí.
No dia 20 de janeiro, quinta-feira, ele acompanhou a procissão de São Sebastião, mas percorreu apenas a metade do percurso. Sentiu cansaço. Seu Manoel vinha sentindo falta de ar há alguns anos. Tinha problemas de diabete e no coração. Previa que a morte poderia estar próxima e dizia que seu maior desejo é que ela acontecesse sem sofrimento. E ele teve a sorte de contar com uma boa morte.
Ela aconteceu por volta das três horas da madrugada, quando seu Manoel sofreu um ataque cardíaco durante o sono. Quando sua esposa percebeu, ele já estava moribundo e não chegou sequer a falar alguma coisa.
Grande número de pessoas acompanhou e o enterro será realizado às oito horas da manhã. A protelação de ontem para hoje foi necessária para que uma de suas filhas, que mora em Fortaleza, pudesse assistir ao seu sepultamento.

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