Herta e Arno casaram quando ela tinha 21 anos (ele era um ano mais velho). E ela passou a acompanhar o marido nas viagens de barco para Porto Alegre. O trapiche que eles usavam no Matiel ficava quase em frente ao cais do porto do Caí, porém do outro lado do rio. Ali, a partir das três e meia ou quatro horas da madrugada, chegavam carretas trazendo as mercadorias para serem levadas pelo barco a Porto Alegre. Principalmente frutas cítricas. Eles saíam do Matiel no início da manhã, depois de fazer o carregamento do barco com as frutas descarregadas das carretas. Este translado era feito em balaios carregados manualmente. Os agricultores vinham com suas carretas de localidades como Despique, Harmonia e até Tupandi. E vendiam seus produtos para os donos das gasolinas.
Estes, então, levavam a carga para Porto Alegre, onde chegavam por volta de quatro a cinco horas da tarde, depois de sete a oito horas de viagem. 15 a 20 gasolinas provenientes do Pareci e região costumavam atracar num local próximo ao armazém da firma Frederico Mentz (numa prainha no bairro Navegantes, em Porto Alegre).
A principal mercadoria levada pelos comerciantes/navegadores para a capital eram frutas: laranjas, bergamotas, lima e limão. Eventualmente, levavam também gaiolas com galinhas, junto com a carga de frutas. Fora da safra das frutas, as cargas mais comuns eram de lenha. Outros barcos costumavam levar mercadorias produzidas na região, como alfafa, feijão e batata. A banha era outro produto muito comercializado no Caí e exportado através da navegação fluvial.
A gasolina Rio Caí fazia suas viagens à capital uma vez por semana e era comum ficar por lá um ou dois dias, até que toda a carga fosse vendida.Os comerciantes de Porto Alegre dirigiam-se até o ancoradouro das gasolinas em carroças para fazer as compras. O que acontecia no início da manhã.
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