A capacidade de liderança e espírito público demonstrado na construção do hospital aumentou o prestígio de Antônio Campani em toda a região. Somando-se a isto a sua popularidade, obtida nas muitas andanças como musterreiter e, ainda, às suas intervenções em favor dos colonos alemães que sofreram perseguição política durante a segunda grande guerra (ele contava - para isto - com o apoio do governador Cylon Rosa, que era montenegrino), criaram-se as condições necessárias para que ele fosse indicado como candidato a deputado estadual pelo PSD.
Durante a Segunda Guerra Mundial, quando a Alemanha tornou-se inimiga do Brasil, os descententes de alemães que viviam no Brasil foram proibidos de manter contato com a sua pátria de origem e o simples fato de falar alemão podia ser encarado como um ato de traição. O que era um problema sério para muita gente da região colonial que sequer sabia falar o português. Muitos colonos alemães foram presos por causa disto e num caso extremo uma mulher grávida foi morta por agressões sofridas na cadeia, em São Leopoldo. Campani tentou intervir para libertá-la mas, neste caso, o socorro não chegou a tempo.
Na eleição realizada em 10 de janeiro de 1947, Antônio Campani se elegeu como o quinto deputado mais votado do seu partido, um dos mais importantes no estado. Ele foi deputado constituinte, ajudando a criar a nova constituição estadual no período que sucedeu a ditadura de Getúlio Vargas. Valter Jobim era o governador na época, e Eurico Gaspar Dutra presidia o país. Para eleger-se, Campani contou principalmente com os votos de Montenegro, seu município, e do Caí. Os dois únicos municípios do Vale do Caí naquela época. Mas fez votos também em outras regiões do estado, onde tinha amigos devido às suas viagens de vendedor. Fez votos até em Santa Catarina (que não foram válidos, é claro).
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