Havia no local, já na primeira metade do século XIX, uma grande fazenda chamada Fazenda Maratá que pertencia a Apolinário Pereira de Moraes. Apolinário era natural de Porto Alegre, nascido em 4 de setembro de 1818, filho do comerciante José Apolinário Pereira de Moraes e de Eufrásia Maria da Conceição.
José Apolinário de Moraes adquiriu estas terras em 1814. Era uma área de meia légua (3 quilômetros) por uma légua (seis quilômetros) que tinha por divisas, ao sul, o arroio Maratá e, ao norte, terras ainda devolutas (sem dono). Seu filho Apolinário viveu na fazenda, mas acabou por se transferir para a cidade de Montenegro. Loteou, então, a fazenda, vendendo os lotes para colonos de origem germânica. Foram encarregados das vendas João André Kochenburger e os irmãos João Frederico e Pedro Schreiner. Um descendente dos proprietários da Fazenda Maratá, chamado José Álvaro de Moraes, foi prefeito (intendente) de Montenegro nos início do século XX.
Outro prefeito montenegrino, Germano Roberto Henke, nasceu em Maratá e escreveu o artigo A Colonização de Maratá. Segundo ele, os primeiros colonos que vieram para a Fazenda Maratá se estabeleceram em São Pedro do Maratá, localidade que ficou conhecida inicialmente como Doppelchneiz. Cada lote vendido aos colonos tinha 220 metros de largura e comprimento variando de 3.575 até 4.840 metros. Um parte da fazenda foi adquirida pelos irmãos Brochier, que também venderam lotes para colonos formando as localidades de Neu Frankreich (atual Pinheiro Machado) e a de Franzosenschneis (Linha dos Franceses) hoje Boa Esperança. O primeiro morador do povoado de Maratá, atual sede municipal, foi Antônio Ko Freitag.
Com o tempo, foram abertas rodovias na região e a navegação deixou de ser o meio de transporte mais econômico (ainda mais a navegação por pequenos arroios, que era difícil). Em 1880 foi iniciada a construção da estrada Buarque de Macedo, que passou a ser o principal eixo de desenvolvimento da região. Como ela não passava por Maratá, isto foi prejudicial para a economia local. Em compensação, no ano de 1909, chegou à localidade a estrada de ferro. Maratá passou a ser uma das estações da ferrovia que ligava Caxias do Sul a Montenegro e Porto Alegre. O que deu grande impulso ao desenvolvimento local. Décadas se passaram e a ferrovia acabou sendo desativada, trazendo novo desestímulo para o progresso local. Só recentemente foi conseguido o asfaltamento da rodovia que liga Maratá a Brochier e Montenegro, o que veio novamente contribuir para o desenvolvimento local. Assim, ao longo de mais de um século, a disponibilidade de condições vantajosas, ou não, de meios de transporte foi fator fundamental para ditar o ritmo de desenvolvimento local.
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