segunda-feira, 17 de agosto de 2009

149 - Juca Teixeira

Segundo documentos da época, o menino teria nascido em outubro de 1807 e, como seu pai era solteiro, foi criado inicialmente na casa do padrinho e tio José Ignácio, que era casado. Anos depois, ainda menino, passou a viver com o pai. Também conhecido pelo apelido de Juca Teixeira, José Ignácio Teixeira Júnior foi o maior proprietário de terras na região do Vale do Caí no século passado e teve grande influência na vida da região.
Suas terras se estendiam pelas duas margens do rio Caí, no Pareci Velho e no Pareci Novo. Mais importante, no início, eram as terras do lado esquerdo do rio, próximas a Capela de Santana. Terras de campo, apropriadas para a criação de gado. Do lado direito do rio, predominavam os matos e iam do Pareci Novo até Tupandi.
A sede da fazenda foi estabelecida no local onde hoje se situa a cidade de Pareci Novo. A casa de Juca Ignácio era um grande prédio do qual não restam hoje se não vestígios. Juca casou em Porto Alegre, no dia 8 de dezembro de 1829, com Margarida de Sena, também natural daquela cidade e filha do cirurgião-mor Inácio Joaquim de Paiva. Ele faleceu em 21 de setembro de 1865.
Ao vender terras, principalmente para colonos de origem alemã provenientes de São José do Hortêncio, Juca Ignácio e seus descendentes incentivaram o desenvolvimento de toda a região colonial constituída pelos atuais municípios de Pareci Novo, Harmonia e Tupandi.
No ano de 1867, poucos anos após o falecimento de Juca Ignácio, foram vendidos, por exemplo, lotes de terra, em Harmonia, para os colonos João Platsa, Jacob Jung, João Nonemarcaer, Pedro Sauermann, João Knak, João Faolgel, Felipe Heck, Pedro Sauster. Também nas cabeceiras do arroio Salvador (em Salvador do Sul, Tupandi) foram vendidos lotes para Nicolau Rothen, Pedro Rothen, Antônio Ams, Mathias Simon, Pedro Fink e Mathias Hartmann. Nas margens do rio Caí, Nicolau Lectuer e Pedro Weber. No Arroio dos Franceses, Pedro Schmits, Jacob Stephan e Felipe Moechaisser. A dificuldade que os escrivãos dos cartórios, de origem lusa, encontravam para entender os nomes germânicos faz com que a grafia nos documentos antigos seja confusa. Pode se deduzir que nomes como Nonemacaer e Faolgel sejam de ancestrais dos atuais Nonemacher e Vogel (que, em alemão, pronuncia-se fogel).
O historiador Leandro Telles, em cujos estudos nos baseamos para formular este resumo histórico, salienta que os colonos estabelecidos nas terras da fazenda Pareci eram todos católicos. Será que Juca Ignácio, católico fervoroso, tinha preconceito contra pessoas de outra religião? Isto pode ter influenciado na decisão tomada pelos padres jesuítas de transferir o Seminário Menor que haviam fundado no Caí, em 1891. A mudança ocorreu em 1895 e seis anos depois já havia sido erguido ali um dos grandes prédios que hoje ainda se encontram no centro de Pareci Novo. A mudança ocorreu por iniciativa do padre Teodoro Amstad. No ambiente exclusivamente católico do Pareci, o seminário cresceu rapidamente, sendo logo construidos vários prédios. E muitos sacerdotes ali se formaram. Mesmo assim, em 1913, o seminário foi transferido para São Leopoldo (lá dando origem, mais tarde, à UNISINOS).

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