sábado, 29 de agosto de 2009

350 - Lamberto se estabelece na colônia

Quando Lamberto, recém imigrado, chegou a São Leopoldo, foi convencido por um agente a comprar terras na Colônia de Santa Maria da Soledade. As terras mais próximas já haviam sido vendidas e ele acabou adquirindo as suas na localidade conhecida hoje como Santo Antônio do Forromeco, situada ao norte da atual sede do município de São Vendelino, na confluência do arroio Forromeco com o seu afluente Arroio Santa Luiza. Lá as terras eram baratas, mas pouco povoadas. Os vizinhos eram poucos e moravam a uma boa distância uns dos outros.
Ali Lamberto, Valfrida e os filhos viveram sossegados por dez anos. Aos poucos iam melhorando de vida, graças ao trabalho árduo de toda a família. Seguindo o costume dos colonos alemães, até os filhos pequenos ajudavam nos trabalhos da casa e da lavoura. A colônia também se desenvolvia, a povoação pelos homens brancos aumentava, mas a preocupação com a ameaça dos bugres não havia desaparecido.
Em 1857 os selvagens haviam atacado a propriedade de Nicolau Rempel, na picada Feliz. Ele trabalhava na lavoura, quando viu os nativos se aproximarem. Correu para a sua casa, onde pretendia apanhar a sua espingarda. Enquanto corria gritava para a mulher e os filhos, dizendo para eles se esconderem no mato. Nicolau não conseguiu chegar até a sua rústica morada. Antes disto foi atingido por uma flecha e morreu.
O governo havia destacado um grupo de 30 homens que, sob o comando de Jacó Fetter, conseguiram manter os bugres à distância. Mas havia uma generalizada desconfiança com relação Luis Bugre e o temor de que ele atacasse as propriedades dos colonos juntamente com seus companheiros de raça.
Mesmo assim, em janeiro de 1868, Lamberto Verstag decidiu aceitar o convite de um velho amigo e ir visitá-lo no povoado do Caí (povoação que já havia se formado naquela época, junto ao Rio Caí, nas localidades conhecidas hoje por Bela Vista e Caí Velho, pertencentes ao município de Bom Princípio).
Valfrida ficou em casa, com os filhos Jacó, de 14 anos, e Maria Lucila, dois anos mais nova. A primeira noite passada sozinha foi de certa apreensão para Valfrida. Com o clarear do dia ela se sente mais segura. Cuida do trabalho na propriedade até que, num dado momento, chega à casa um homem de pele escura e rodeado de cães. Valfrida, mesmo sem conhecê-lo, suspeita logo que se trata do temido Luis Bugre. O homem se apresenta e fala com a mulher amavelmente, tratando de tranqüilizá-la quanto às suas intenções. E, de fato, logo Luis se despede e parte pacificamente. Valfrida prossegue no seu trabalho, apesar do temor por saber que o mal afamado bugre andava por perto. Decide ir, com os filhos, para a casa de um vizinho e lá permanecer até a volta do marido. Mas antes dela poder executar o seu plano, a família sofre o ataque dos bugres.

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