Esta talha, trazida por Manuel dos Santos Borges de Portugal, permaneceu em poder da família até a década de 1980A respeito deste pioneiro morador caiense, Manuel dos Santos Borges, ouvimos, por volta do ano de 1980, interessante relato de uma descendente sua. Leonor Perpétua de Jesus Santos, era uma velha senhora que guardava dados muito detalhados da história de seus antepassados. Na sua casa, que ficava nas imediações do local onde um dia existiu a casa construída pelo antepassado, ela tinha ainda uma grande e antiga talha (recipiente para guardar água) de porcelana na qual se encontravam inscritas as iniciais MSB. Conforme ela esclareceu, as letras correspondiam ao nome de Manuel dos Santos Borges, que vinha a ser o pai de José dos Santos Borges.
De fato, na Ata de Instalação da Junta de Qualificação lavrada em 1847 na igreja matriz da Freguesia de Santa Ana (em Capela de Santana) constou o nome de oito pessoas como eleitores do primeiro quarteirão desta freguesia e, entre eles, figurava o de Manuel dos Santos Borges. Constava ainda deste registro que Manuel tinha, então, 70 anos, era casado e fazendeiro. Também estava ali registrado outro eleitor com os mesmos sobrenomes: João dos Santos Borges, com 28 anos. Este era, no ano de 1847, o filho mais velho e mais importante de Manuel. Ele figura no livro como casado e carpinteiro.
Segundo a informante por nós ouvida, Manuel dos Santos Borges tinha sua casa próxima ao rio Caí, nas imediações da corredeira conhecida atualmente como cachoeira da Ana Maria. Esta é a terceira cachoeira do rio Caí (contando-se da cidade do Caí para cima) e antigamente foi conhecida como cachoeira do Manuel dos Santos Borges. É a maior das cachoeiras do rio Caí na região próxima à cidade. Manuel tinha outra casa, no morro, para as épocas de enchente. A enchente do Barro Vermelho, que ocorreu no final do século XIX foi a maior de todas já ocorrida desde 1807 (quando a família Santos Borges foi morarar no local). Suas marcas podiam ser vistas nas paredes da casa da família e ficavam a um nível 1,3 metro acima da maor enchente ocorrida nas décadas que antecederam a coleta deste depoimento.
José dos Santos Borges foi o filho que sucedeu Manuel no comando da fazenda e dos negócios da família. Ele foi casado com Fausta de Oliveira, em primeiras núpcias, e depois de ficar viúvo, casou-se novamente com Ana Maria Carvalho dos Santos, que morreu em 1965, com a idade de 104 anos. São filhas deste segundo casamento Francina dos Santos Borges , casada com Balduino Weissheimer, e Julieta dos Santos Borges, casada com Américo Nunes.
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