quarta-feira, 19 de agosto de 2009

205 - Neto do Capitão Fetter

A J Renner foi um grande empresário - o maior que o Rio Grande do Sul já teve no passado. Nasceu na localidade de Alto Feliz, que então pertencia ao município do Caí. E foi no Caí que começou suas atividades empresariais.
O pai de A. J. Renner se chamava Jacob Renner e foi, inicialmente, um construtor de moinhos. Ele nasceu em Bom Jardim (hoje Ivoti) e casou com Clara Fetter, cuja família morava em Alto Feliz. O pai de Clara foi o famoso Capitão Fetter (Jakob Vetter), que participou como voluntário da Revolução Farroupilha e que liderou uma patrulha, organizada pelo governo e constituída de colonos, com o objetivo de expulsar os bugres que haviam matado o colono Nikolaus Rempel, em Alto Feliz, no ano de 1857.
Jacob Renner e Clara moravam em Alto Feliz quando, em 7 de maio de 1884 nasceu o seu filho Antônio Jacob. Eles possuíam uma fábrica de banha que Jacob tratou de transferir para a cidade de Carlos Barbosa em 1908, já prevendo a inauguração da estrada de ferro que ligava Porto Alegre a Caxias do Sul. Em 1917 Jacob mudou sua fábrica para Montenegro. É a mesma fábrica que, posteriormente foi liderada por seu irmão Júlio Renner e que veio a se transformar no Frigorífico Renner, um dos maiores produtores de fiambres do estado.
A. J. começou a trabalhar quando ainda era criança, cuidando das vacas no tambo de leite da família. Estudou até os 12 anos na Escola Evangélica e depois foi trabalhar na fábrica de banha de seu pai. Como era costume na época, aos 14 anos ele foi trabalhar de graça numa empresa, para aprender um ofício. Fez este “estágio” na Joalheria Foernges, em Porto Alegre, aprendendo o ofício de ourives. Aos 18 anos, logo no início do século XX, ele se transferiu para o Caí, que era na época uma das mais progressistas cidades do estado, graças ao intenso movimento do seu porto. Renner estabeleceu-se na cidade com uma ourivesaria (joalheria) situada na rua Marechal Deodoro n° 51 (o prédio ainda existe). Conheceu então Matilde Trein, filha do rico comerciante Cristiano Jacob Trein, e casou-se com ela em 1905, aos 19 anos. Depois de casado passou a ser sócio do sogro, mas não se acomodou. Trabalhou como caixeiro viajante e, neste ofício, andava a cavalo, muitas vezes no mau tempo.
Em 1911 foi fundada no Caí a empresa textil chamada Frederico Engel & Cia e o jovem A J Renner era um dos sócios da mesma. Como a empresa enfrentou problemas logo de início, ele assumiu a sua administração. Surgiu assim a empresa A. J. Renner & Cia. A fábrica estava instalada no quarteirão hoje ocupado pela Escola São Sebastião, com frente para a rua 13 de Maio. No mesmo quarteirão estavam instaladas as casas comerciais do sogro Cristiano Trein e do cunhado Frederico Mentz.

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