Empresário extraordinário, A J Renner destacou-se também como político
Muitos dos colonos eram sapateiros, outros eram marceneiros, outros eram navegadores e fabricantes de barcos. Logo eles começaram, também no Brasil, a desenvolver atividades diferentes da agricultura. E nestas também se destacaram. Na primeira metade do século XX a economia ainda não era tão globalizada - não haviam multinacionais instalando fábricas em lugares remotos como o Rio Grande do Sul - e o governo brasileiro ainda não havia se intrometido na economia com suas empresas estatais. Eram, então, os descendentes de colonos alemães que lideravam o progresso econômico no Rio Grande do Sul. A imigração italiana era muito recente e os seus colonos ainda estavam numa fase inicial da acumulação de capital que viria a propiciar o seu atual esplendor industrial. Já os colonos alemães, que chegaram 100 anos antes, haviam tomado impulso e pontificavam na indústria e no comércio, tanto em Porto Alegre como em núcleos coloniais do interior, como o Vale do Sinos, Santa Cruz do Sul e São Sebastião do Caí.
Nesta época já se destacavam empresas como a caiense Oderich (fundada em 1908) e a Metalúrgica Gerdau (que surgiu em 1901, em Porto Alegre, como uma fábrica de pregos fundada por João Gerdau) e também a VARIG (fundada em 1927 por Otto Ernst Meyer). Todas conduzidas por descendentes de imigrantes alemães. A colônia contava, inclusive, com um banco próprio: o Pfeifer.
As lojas Incosul, as empresas Frederico Mentz e Nicolau Ely, além da cervejaria Ritter (todos originários do Vale do Caí) figuravam entre as maiores empresas de Porto Alegre na primeira metade do século XX. Mas nenhuma delas destacou-se tanto como as empresas de Antônio Jacob Renner, o A J Renner. Em meados do século XX, o grupo Renner, criado por AJ, atuava nos mais variados setores: indústria textil, de confecções, de tintas e vernizes, de feltro, curtume, de máquinas de costura, porcelanas e artefatos de cimento, além do comércio. E AJ foi também o criador do Centro das Indústrias Fabris do Rio Grande do Sul, que serviu de modelo para a criação da FIERGS e da Confederação Nacional da Indústria.
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