domingo, 23 de agosto de 2009

325 - No seminário

Os pais de Hilário, Pedro Alfonso e Roselina Junges, eram agricultores humildes e a sua infância foi bastante difícil. Quando Hilário tinha dez anos de idade, seu pai faleceu. Ele era o segundo mais novo entre sete irmãos.
A Igreja Católica, àquela época, que era muito forte e influente na região colonial alemã do Rio Grande do Sul, possuía um grande seminário (escola destinada à formação de sacerdotes) em São Salvador, localidade próxima a Tupandi. Foi ali que Hilário, menino órfão, encontrou a oportunidade de estudar. Por ser pobre, ele trabalhava no próprio seminário para custear os seus estudos.
Depois de concluir o curso primário em Salvador do Sul, ele foi admitido no colégio Cristo Rei, em São Leopoldo, para onde foi com o propósito de tornar-se um irmão jesuíta. Os jesuítas tinham, nestes colégios, granjas com hortas e criações de animais para garantir a alimentação dos padres e dos seus alunos. Hilário trabalhava nestas hortas e no aviário do colégio, aprendendo muito com isto. Os padres jesuítas sempre foram voltados para a cultura e a ciência e detinham conhecimentos de técnica agropecuária que eram muito avançados para a época.
Em 1960, com 16 anos, Hilário concluiu os seus estudos no colégio Cristo Rei e, como era um bom aluno, tinha a oportunidade de continuar estudando no Seminário de Pareci Novo. Mas ele optou por deixar a formação religiosa e dedicar-se à agricultura. Aceitou um convite para cuidar de um aviário pertencente a um rico empresário em Sapucaia. O bom conhecimento sobre avicultura que Hilário havia adquirido com os jesuítas, além das suas qualidades pessoais, estavam lhe garantindo um bom salário, apesar da sua pouca idade. Hilário passou, no entanto, por uma experiência traumática ao testemunhar um crime envolvendo o filho do empresário que era o seu patrão.
Chocado, ele decidiu voltar para Tupandi. Hilário havia se tornado amigo de um japonês que trabalhava na granja do Colégio Cristo Rei e aprendeu com ele técnicas evoluídas de cultivo de tomates e outros produtos hortifrutigranjeiros. Este japonês, chamado Ioshiro Nakarana, ensinou técnicas de cultivo ao jovem Hilário e até o encaminhou para colocar a sua produção na cooperativa que a colônia japonesa possuía em Porto Alegre.
Logo na sua primeira safra Hilário colheu 1.000 caixas de tomates, obtendo uma boa lucratividade. De 1961 a 1964, ele se dedicou ao cultivo de tomates e outras hortaliças na propriedade da família, em Tupandi, juntamente com seu irmão Roque.

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