terça-feira, 18 de agosto de 2009

195 - O gênio jesuítico

Os imigrantes chegaram da Europa com um nível de cultura e conhecimento tecnológico muito superior ao que comumente se encontrava no Brasil àquela época. E este foi um fator fundamental para o sucesso alcançado pela colonização alemã no Rio Grande do Sul. Vários núcleos surgidos no início da imigração tiveram rápido desenvolvimento graças ao nível cultural e tecnológic que o imigrante alemão tinha em comparção à população de origem lusa. E isto aconteceu também com São José do Hortêncio. Mas é preciso que se ressalte uma outra presença fundamental para o desenvolvimento local: a dos padres jesuítas.
Composta inicialment por religiosos vindos da Europa, esta ordem religiosa realizou verdadeiros prodígios junto com a população da pequena localidade. O que não é de se estranhar, principalmente dos jesuítas, que sempre demonstraram uma fantástica capacidade de realização. Haja visto o que foram capazes de fazer nos Sete Povos das Missões, obra de uns poucos padres e dos indígenas por eles liderados. Imagine-se, então, o que os jesuítas não fariam tendo como seus liderados os colonos alemães, bem mais civilizados do que os indígenas. Foram os padres jesuítas que fundaram a paróquia de São José do Hortêncio, em 1849, e eles tiveram uma influência importante na orientação da comunidade. Os jesuítas não são padres como os outros. Eles sempre demonstraram uma extraordinária capacidade de realização. E, para se ter uma idéia desta sua característica, reproduzimos aqui um comentário do historiador Eduardo Bueno:
“O que mais impressiona no inventário dos feitos dos jesuítas no Brasil, no entanto, é o número extraordinariamente pequeno de homens responsáveis por eles: de 1549 a 1604, apenas 174 padres estiveram no país. Entre eles personagens complexos como Manoel da Nóbrega, mitológicos como José de Anchieta, incansáveis como Leonardo Nunes, o “Padre Voador”, e misteriosos como Pero Correa (rico escravocrata que largou tudo para se dedicar à ordem). Acima de todos, porém, paira a figura majestosa de Antônio Vieira, o maior dos oradores da língua portuguesa. Não fossem as cartas e relatórios minuciosos desses homens - os jesuítas praticamente não davam um passo sem registrá-lo -, seria praticamente impossível reconstituir a história do Brasil-colônia.”

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