terça-feira, 18 de agosto de 2009

194 - Os jesuítas de Hortêncio

Em São José do Hortêncio, os padres jesuítas tiveram papel importante na condução inicial da comunidade. Mas o trabalho realizado pelos jesuítas que atuaram em Hortêncio não foi apenas local. A partir dali se processou uma extraordinária evolução da Igreja Católica no Rio Grande do Sul.
Até o ano de 1849 os colonos alemães que vieram povoar o Rio Grande do Sul não contavam com a assistência religiosa de padres que soubessem falar o alemão. O que era muito grave, pois os colonos também não falavam o português. E, como eles chegaram à província a partir de 1824, os católicos imigrados para o Rio Grande do Sul passaram 25 anos sem receber uma assistência religiosa satisfatória.
A situação começou a melhorar somente em 1849, com a vinda de dois padres jesuítas que sabiam falar o idioma dos colonos. O padre Agostinho Lipinski, de origem polonesa, que estabeleceu-se em Dois Irmãos, servia também as comunidades de São Leopoldo, Hamburgo Velho, Taquara e Ivoti. E o padre João Sedlack, que assumiu a paróquia de São José do Hortêncio, cuidava também das novas colônias que foram surgindo mais para o oeste, começando por Feliz e Bom Princípio. O padre Sedlack era natural da Boêmia (região pertencente à atual República Checa).
Mesmo não sendo alemães, os dois sacerdotes se identificaram perfeitamente com os colonos e prestaram extraordinário trabalho em favor da religião católica entre os imigrantes. O padre Sedlack, atuando a partir de São José do Hortêncio, dava assistência religiosa a todos os colonos alemães do Vale do Caí, incluindo-se aí os de Montenegro, Caí, Bom Princípio e Feliz.
A chegada dos primeiros padres católicos alemães à nossa região colonial ocorreu somente na metade do ano de 1858. Um deles era o padre Michael Kellner, que nasceu em Treffelstein, na Baviera e formou-se na Universidade Teológica de Munique, em 1848. Com ele vieram ainda o padre Bonifaz Klüber e o irmão Franz Rukamp. Todos jesuítas. O padre Klüber foi vigário de São Leopoldo até o ano de 1864, quando retornou para a Europa.
O padre Kellner atuou incialmente como auxiliar do padre Sedlack, em São José do Hortêncio. Por ser mais jovem, ele assumiu a missão mais perigosa e cansativa de atender às colônias distantes, viajando a cavalo pelas picadas no meio do mato. Em 1871 tornou-se o primeiro vigário da paróquia de Montenegro, permanecendo nesta função até 1880.

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