

Bernardo Mateus foi o primeiro morador da área onde hoje se situa a cidade do Caí e o segundo foi Manuel dos Santos Borges. Manuel dos Santos Borges foi homem mais culto e bem sucedido do que Bernardo Mateus, a ponto de muitos cronistas iniciais da história caiense haverem ignorado a existência de Mateus e apontado Manuel dos Santos Borges como sendo o primeiro colonizador.
O livro As Vítimas do Bugre conta a passagem de um grupo de imigrantes que, ao chegar ao Brasil em 1858, passou pela fazenda de José dos Santos que era situada nas proximidades do Passo do Guimarães, atual cidade de São Sebastião do Caí. Sua propriedade, porém ficava um pouco ao norte do centro atual da cidade, abrangendo áreas dos atuais bairros Vila Rica e Rio Branco. Para chegar às terras de Manuel, os viajantes tiveram de passar pelas terras de Bernardo Mateus, mas o livro não faz nenhuma referência a isto. Na época a vila ainda não existia e só o que chamava a atenção no local era a bela propriedade de Manuel dos Santos Borges.
Segundo o autor deste livro, Monsenhor Matias José Gansweidt, José dos Santos vivia no local desde 1806 e era senhor de muitos escravos. Ele criava gado e tinha grandes plantações. Era um homem rico (graças ao trabalho constante e à economia), mas também muito zeloso da religião. “Anualmente, nos tempos pascoais, descem seus barcos pelo Caí até Porto Alegre, carregados de produtos da sua fazenda. Negocia-os na Capital, onde cumpre seus sagrados deveres de católico, acompanhado pelos de sua família. Recebe os Santos Sacramentos. Atulha, depois, suas embarcações dos gêneros e mercadorias que lhe são necessários ou úteis, até a próxima Páscoa e, de consciência serena, retorna a seus pagos...”
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