Até o início do século XVIII nenhum homem branco - exceto alguns padres que comandavam as missões jesuíticas na região oeste - vivia no Rio Grande do Sul. Mas já ocorria a atividade de tropeio de gado que era exercida principalmente pelos luso-brasileiros vindos da localidade de Laguna, no sul de Santa Catarina. Seu trabalho era recolher o gado (não só bois, mas também mulas e cavalos), que vivia solto e sem dono pelos campos rio-grandenses, e levá-lo em tropas até São Paulo, onde ele era vendido a bom preço.
Por volta de 1720, o reino de Portugal autorizou estes tropeiros a se instalarem no Rio Grande formando estâncias para a criação do gado. O reino os incentivava prometendo-lhes a concessão das terras que viessem efetivamente a ocupar. E logo muitos destes homens valentes aceitaram o desafio, mesmo sabendo que depois teriam de lutar para preservar estas terras sobre as quais Portugal não tinha domínio incontestado. A Espanha também se considerava dona delas.
Os primeiros tropeiros a chegar no Rio Grande com o intuito de fixar-se nas suas terras formando estâncias de criação estabeleceram-se no litoral, nas proximidades de Tramandaí. Ocupadas estas terras, os seguintes se dirigiram ao interior, estabelecendo-se em Osório, Santo Antônio da Patrulha, Gravataí e Porto Alegre. Depois disto prosseguiu a interiorização com a ocupação das terras além do rio Gravataí, onde hoje situam-se os municípios de Canoas, Esteio e Sapucaia. Mais tarde um pouco, eles cruzavam o rio dos Sinos, se estabelecendo em Capela de Santana, Portão e Estância Velha (o que aconteceu já pelo ano de 1740). E, logo em seguida, ainda na década de 1740, cruzaram o rio Caí chegando ao território do atual município de Montenegro.
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