Os primeiros compradores dos terrenos postos a venda por Tristão Fagundes eram proprietários de estâncias situadas na região. Pessoas de origem lusa, vindas de Portugal, das ilhas de Açores e de diversas regiões do Brasil que, décadas antes, haviam recebido terras do governo especialmente na atual localidade de Costa da Serra. Eles construíam casas na nascente povoação do Monte Negro, onde moravam a mulher e os filhos enquanto o marido cuidava da criação de gado na sua propriedade interiorana. Na povoação, a família tinha melhores condições de receber assistência religiosa e os filhos terem acesso à educação. Logo foi construída uma igrejinha de madeira e a rua que corria do rio até esta igreja, foi a primeira a receber casas. Ela foi conhecida inicialmente como Rua da Praia (atual Rua Doutor Flores). Como era costume na época, estancieiros que moravam isolados nas suas propriedades construíam também uma casa na vila para onde se mudavam com a família nos dias de culto religioso ou de festa.
Outro filho do pioneiro Estêvão José de Simas - que se chamava Felisberto José de Simas - recebeu de herança a propriedade que ficava ao lado daquela herdada por seu cunhado Tristão Fagundes. Ele vendeu suas terras ao Coronel Francisco Pedro de Abreu, o Barão de Jacuí, também conhecido como Chico Pedro, que foi um importante comandante militar da Revolução Farroupilha, tendo lutado pelo lado do Governo Imperial. Francisco Pedro de Abreu promoveu também um grande loteamento na propriedade adquirida, que veio corresponder ao que é hoje a área mais central de Montenegro. Este loteamento também contava com três ruas principais que corriam do rio para o norte e que foram denominadas Rua da Floresta, Rua do Imperador e Rua da Baronesa. Elas correspondem às atuais Ramiro Barcelos, Capitão Cruz e Capitão Porfírio. As ruas transversais deste loteamento eram prolongamento das que já existiam no loteamento de Tristão Fagundes. O Barão abriu, porém, mais uma rua transversal àqual deu o nome de Rua do Cemitério e que é hoje denominada Rua Osvaldo Aranha.
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