quinta-feira, 13 de agosto de 2009

120 - São Vendelino reage

Mas a população de São Vendelino mobilizou-se contra a sua inclusão no projeto de Barão, pois seria muito inconveniente passar a pertencer àquele município, já que a futura sede ficaria distante e ligada por estrada ruim. Seria mais conveniente para os vendelinenses ter sua sede municipal no Caí ou em Bom Princípio, pela facilidade de ligação por estrada asfaltada. O plebiscito para a emancipação de Barão ocorreu no dia 7 de março de 1982 e apenas 156 eleitores de São Vendelino votaram pelo sim, contra 654 que votaram pelo não. Com isto, o plebiscito de Barão acabou com vitória do não e o projeto emancipacionista fracassou.
Este fato acabou representando um obstáculo para a emancipação de Bom Princípio, pois se o município de Bom Princípio fosse criado, São Vendelino (que continuaria pertencendo ao Caí ) ficaria isolado da sua sede municipal. Em virtude disto, foi suspenso o plebiscito para a emancipação de Bom Princípio, que estava marcado para o dia 28 de março. Teve de ser feita, às pressas, uma reformulação do projeto emancipacionista, com a inclusão de São Vendelino.
No dia 30 de março a Comissão de Justiça da Assembléia Legislativa já aprovava o novo projeto. No dia seguinte ele era aprovado pelo plenário da Assembléia e, no dia 1º de abril, recebia a sanção do governador Amaral de Souza. No mesmo dia o Tribunal Regional Eleitoral marcou a nova data para a realização do plebiscito: 25 de abril de 1982. Tudo precisava ser resolvido muito rapidamente, porque a lei estabelecia um prazo limite para a realização do plebiscito, que não poderia ser muito próximo da data das próximas eleições municipais, marcadas para novembro do mesmo ano.
Ao mesmo tempo que conseguia agilizar o trâmite do processo emancipatório em Porto Alegre, Arno Carrard tinha de administrar a pendenga quanto à divisa com São Sebastião do Caí.
No dia 8 de abril ele declarou ao jornal Fato Novo:
“Criado este novo quadro, em função da inclusão de São Vendelino no nosso projeto emancipacionista, temos como repensar a respeito das questões de limites defendidas com veemência pelas forças vivas de São Sebastião do Caí, especialmente o seu prefeito, vice-prefeito e Câmara de Vereadores. São justas as ponderações destes líderes caienses, pois as divisas por nós propostas incialmente, de fato, invadiam a área urbana da sede, ao alcançarem o bairro Rio Branco.
Se estes limites podiam ser entendidos como uma agressão ao espaço físico caiense, de outro lado representavam uma necessidade para que Bom Princípio alcançasse o mínimo de população exigido por lei, para a sua emancipação.
Agora, com a inclusão de São Vendelino, este problema está superado e, por isto, nos dispomos a alterar as divisas, ao menos até o Arroio Três Mares. A própria Comissão de Emancipação, que sempre reconheceu a justiça das reclamações formuladas pelos líderes caienses, está agora empenhada no sentido de afastar a divisa da área urbana de São Sebastião do Caí, mediante aperfeiçoamento do seu mapa. Busca, com isto, uma solução harmoniosa, capaz de atender aos interesses de ambos os lados.
Estas providências serão tomadas tão logo seja realizado o plebiscito e só não foram ainda levadas a efeito porque poderiam criar novos embaraços ao encaminhamento do processo, o que seria muito inconveniente devido à exigüidade do tempo que nos resta para promover a emancipação. Nós asseguramos que o Caí terá a sua área urbana resguardada, o que representa uma conquista sua, assim como a de ver suas lideranças unidas em torno da defesa dos interesses maiores da coletividade.”

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