quinta-feira, 13 de agosto de 2009

121- Graves dificuldades

Como prefeito caiense, Heitor Selbach chegou a tentar impedir a emancipação de Bom Princípio, sua terra natal

O prefeito caiense, na época, era Heitor Pedro Selbach, que era natural de Bom Princípio continuava residindo no distrito (em Santa Terezinha). E isto o deixou numa situação muito delicada. No Caí havia o reconhecimento de que o povo de Bom Princípio tinha o direito de buscar o seu progresso através da emancipação, assim como já havia acontecido com outros distritos caienses (Nova Petrópolis, Feliz e Portão, para citar os casos mais recentes). Mas não era aceito o fato da divisa do pretendido município de modo tal que tomaria do Caí até mesmo uma parte da zona urbana da sua sede municipal. Muitos caienses pensavam que a divisa entre o Caí e Bom Princípio deveria ser determinada pelo rio Caí. E os próprios moradores da Vigia e de Bela Vista, ao menos num primeiro momento, não desejavam integrar o novo município. Viam o Caí como uma cidade já estruturada e, portanto, apta a atender melhor às suas necessidades, enquanto Bom Princípio era apenas uma vila, com muitas carências de estrutura.
Diante desta situação, mesmo constrangido, o prefeito Heitor Selbach acabou ingressando com um mandado de segurança que tinha por objetivo impedir a emancipação. Alegava para isto o fato, aliás incontestável, de que o pretendido município de Bom Princípio não atendia às exigências da lei. De fato, além da sua população ser menor do que 10 mil habitantes, a arrecadação não chegava nem perto dos 5 milésimos da arrecadação estadual. Este limite era tão elevado que nem mesmo o município de São Sebastião do Caí (que na época ainda incluía Bom Princípio, São José do Hortêncio e Capela de Santana) atingia tal nível de arrecadação.
O mandado de segurança representava um perigo real para a emancipação. Se o caso fosse levado à justiça seria impossível negar o fato evidente de que Bom Princípio não atendia às exigências da lei. Arno Carrard chegou a ir até a residência de Valério Caliari, em Barão, para tentar convencê-lo a excluir São Vendelino do projeto de emancipação de Barão. Caso conseguisse incluir São Vendelino no projeto de Bom Princípio, seria possível abrir mão das áreas que os caienses não estavam dispostos a ceder. Caliari, no entanto, não atendeu aos apelos e ponderações de Carrard.

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