É curioso notar que a roda raiada já era utilizada pelos povos da antiguidade, como os romanos, há milhares de anos. O que dá uma idéia do atraso teconológico existente no Brasil àquela época e de como foi importante a contribuição do colono alemão neste aspecto.
Os imigrantes alemães chegados ao Brasil traziam da sua terra técnicas bem mais avançadas e, por isto, logo que chegaram por aqui se destacaram como artesãos, fabricando produtos que eram apreciadíssimos pelos rio-grandenses em virtude do elevado aporte de tecnologia. Não é para menos que a Colônia Alemã de São Leopoldo logo se destacou como um dos mais importantes centros de produção agrícola e industrial da América do Sul.
Num levantamento feito na então Colônia de São Leopoldo - que incluía toda a região dos vale do Sinos, Paranhama, Cadeia e Caí e foi o reduto dos primeiros imigrantes alemães - existiam centenas de empresas e oficinas de artesãos. As mais numerosas eram as seguintes:
160 lavrantes de lombilhos; 80 atafonas; 53 carpinteiros de obra branca; 50 casas de negócio; 50 moinhos de moer grão; 45 lombilheiros; 44 fábricas de carretas; 40 pedreiros; 40 músicos; 32 curtumes; fábricas de cepos par tamancos; 30 moinhos de azeite; 28 engenhos de cana; 23 lojas de ferreiros.
A atividade mais normal para o imigrante recém chegado era a agricultura. Mas centenas deles - como se vê - dedicaram-se a outras profissões, aproveitando os conhecimentos trazidos da Europa. E entre estas artes, a sétima mais apreciada foi a fabricação de carroças. A primeira delas foi a lavra de lombilhos. Lombilho é o que os cavaleiros da época utilizavam em lugar das selas conhecidas atualmente. O lombilho lavrado era aquele que tinha, nas suas extremidades, enfeites de prata lavrada (esculpida). Em segundo lugar estava o tafoneiro, que vem a ser o produtor de farinha de mandioca. Os carpinteiros (construtores de casas de madeira) vinham em terceiro lugar, seguidos dos donos de armazéns; dos proprietários dos moinhos em que eram moídos o trigo e o milho, entre outros cereais. Além destes, apenas os fabricantes de lombilhos eram mais comuns na região colonial do que os fabricantes de carroças. As profissões de pedreiro, músico e a dos curtidores de couro eram menos comuns.
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