sexta-feira, 18 de setembro de 2009

405 - No morro do Adão

Devido à maior cobertura vegetal existente nas encostas do morro, atualmente, 
só do alto da antiga pedreira ainda é possível ter uma visão panorâmica da cidade
Max Oderich, refere-se neste trecho da sua narrativa ao morro do Adão. Certamente o mesmo que hoje é conhecido como morro do Hospital ou morro do Martim. E que, um dia, foi conhecido também como morro da Pedreira. Hoje, o morro é mais conhecido como morro do Hospital por motivos óbvios. É ali que está situado o belo e importante hospital da cidade. Foi conhecido como morro da Pedreira porque ali funcionou a pedreira da prefeitura, famosa na época por causa das detonações que então ocorriam, jogando  pedras sobre a RS-122 e casas mais próximas do morro. Um funcionário municipal gritava do local avisando a população de que haveria uma detonação. Numa época em que poucos tinham rádio e TV nem existia e os automóveis eram coisa rara (até as décadas de 1940 e 1950) os gritos eram ouvidos na cidade e a comunicação era considerada eficiente.
No passado, também, a pedreira era mais visível, estando hoje escondida pela vegetação que cresceu em torno dela. Fenômeno que ocorreu também com o hospital. Mas o morro foi (e ainda é) conhecido também como morro do Martim. Sabe-se que Martim Adam era dono de uma parte das terras existentes no local. Mas não é de duvidar que o motivo de tal denominação seja esta história que Max Oderich aqui nos relata:
"O novato achou a idéia excelente. Concordou ficar encarregado do saco e do lampião. Não conhecia a região e assim não correria o risco de extraviar-se no escuro.
Às 21 horas daquela noite, o hoteleiro e os viajantes subiram o morro do Adão. Instalaram a vítima. À hora da despedida, o senhor Martim mais uma vez recomendou:
- O máximo de silêncio e paciência. A seguir, sorrateiramente, todos regressaram ao hotel, antegozando a cara do alemão no dia seguinte.
Foram dormir. Descansaram em paz, menos o nosso alemão, que estava sentado lá no morro, aguardando a chegada da bicharada. Lá pelas duas horas da madrugada, começou a desconfiar. Às quatro, resolveu desistir, pois o lampião estava dando sinal de pouco querosene.
Voltou, encontrando as ruas da vila às escuras, como breu. Foi dormir e acordou à hora do almoço, tendo sido recebido com chistes e piadas, aceitando tudo bem humorado, como bom perdedor. Intimamente determinado a ir à desforra."

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