"A história de hoje é do tempo em que a carga destinada às Missões, ou Sete Povos, seguia de lanchão (de Porto Alegre) até Santo Amaro (pelo rio Jacuí). E de lá em carreta de boi para Santo Ângelo, São Luiz etc. Levavam de 6 a 8 semanas neste percurso, dependendo do tempo. Época em que a cerveja ainda era importada em barris de carvalho, da Alemanha, por absoluta falta de Brahma/Antarctica. Tempo quando esta cerveja, quente como o líquido do corpo humano, chegava à casa do negociante e esse soltava determinado número de rojões cabeça de gato, alertando a colonada residente há quilômetros a redor, da feliz nova. A chegada do novo carregamento do precioso líquido cor de âmbar. Os agricultores declaravam prontamente ponto facultativo, deixando bois atrelados a carroças ou arados nas roças. O recolhimento dos mesmos ficando por conta das mulheres e crianças. Na casa do negociante, todos se reuniam alegres, menos aqueles meio surdos ou que residiam muito longe e que, por isso, não tinham chegado a tempo. Nem mesmo costumavam recolher os barris para dentro da casa. Eram aberto à primeira sombra acolhedora e a libação terminava somente com a drenagem da última gota.
Havia outro sinal do negociante por meio de foguetório de cadência e som diferente, servindo de alerta aos agricultores de ataque eminente dos índios."
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